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Custos de produção pressionam produtor de leite

No Brasil, o aumento do custo de produção de leite em doze meses foi 31,17%


Foto: Marcel Oliveira

O ano foi de valorização nos preços de milho e soja, dois dos principais insumos para a bovinocultura de leite. O produtor chegou a receber mais pelo litro durante a pandemia mas esse cenário desacelerou no final do ano passado. A análise foi divulgada pelo Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite.

No Brasil, o aumento do custo de produção de leite em doze meses foi 31,17% (ICPLeite/Embrapa). Os dois grupos que tratam da alimentação do rebanho, alimentação concentrada e produção e compra de volumosos, apresentaram as maiores altas. “Isto causa desconforto aos produtores, notadamente aos de pequena e média escala de produção que produzem leite a base de pasto suplementado. A reação, da grande maioria, é reduzir ou cortar a ração concentrada, sem uma análise detalhada de custo-benefício”, diz o relatório.

Para tomar a decisão correta a orientação é que o produtor verifique o quanto a vaca retorna em leite, por quilo de concentrado recebido. Se a receita menos o custo for maior ou igual a zero, deve-se fornecer. 

Os olhares agora se voltam para a nova safra de milho. Mesmo com os preços recebidos pelo leite em um patamar nominal 48,88% maior do que os valores em vigor em janeiro do ano passado (R$ 1,37/litro), a rentabilidade dos produtores vem recuando nos últimos meses devido ao aumento nos custos de produção, principalmente, da alimentação concentrada. No mercado das commodities agrícolas há fortes evidências de patamares elevados durante todo este ano para os preços da soja e do milho, principais elementos para a produção de alimentos concentrados para animais leiteiros.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de milho na safra 2020/21 deve ficar 1,84% acima da safra anterior. Há destaque de aumento de produção de tradicionais produtores, a exemplo de Brasil e Estados Unidos. Por outro lado, Argentina e China tendem a registrar recuo na produção. No que concerne ao consumo de milho é esperado aumento mundial de 1,90%, com destaque para Brasil e China. Com um maior crescimento do consumo em relação a produção, os estoques finais globais devem recuar 6,32%. A relação estoque/consumo mundial deve ficar em 24,6% equivalente a cerca de 90 dias de consumo.

No mercado de soja, a situação é bem parecida, com recuo nos estoques mundiais. A relação estoque/consumo deve cair para 22,4%, sendo suficiente para 80 dias de consumo global. No caso dos Estados Unidos, a situação é ainda mais complicada e os estoques devem recuar de 14,28 milhões de toneladas em 2019/20 para apenas 3,25 em 2020/21. “E o foco daqui em diante estará no plantio e, posteriormente, no desenvolvimento da safra 2021/22. Portanto, a situação global dos estoques de milho e soja sugerem preços mais altos. A desvalorização do dólar também tem contribuído para esse aumento”, destaca o CILeite.


 

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