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Decisão sobre a soja transgênica gaúcha sairá até segunda-feira


A decisão sobre a comercialização da safra de soja deste ano sairá até segunda-feira. Ontem, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pediu à bancada gaúcha que formule proposta para a venda da safra, possivelmente transgênica. Hoje o ministro terá audiência com o presidente Lula para debater o assunto.

O grupo interministerial - formado por nove pastas e coordenado pela Casa Civil - que estuda a questão dos transgênicos foi criado segunda-feira, quando foi publicado o decreto no Diário Oficial. A partir da instalação, a equipe tem uma semana para concluir os trabalhos quanto à comercialização desta safra, segundo determinação de Rodrigues. A proposta dos deputados gaúchos será levada a este grupo. "Não podemos queimar a soja em um País em que o programa principal é o Fome Zero", disse.

Ontem parlamentares e lideranças rurais do Rio Grande do Sul estiveram nos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário pressionando o governo para que seja tomada decisão imediata, pois a colheita da soja começa no próximo mês. Nos próximos dias eles terão audiências com os outros integrantes do grupo interministerial. Mas a bancada ainda não tem opinião fechada. Acredita-se que um terço dos deputados federais gaúchos sejam contrários à tecnologia dos transgênicos, por isso Rodrigues pediu uma proposta única. Estima-se que existam seis milhões de toneladas de soja ilegalmente cultivadas com sementes geneticamente modificadas, e cerca de 60% são exportados.

Segundo o ministro da Secretaria Especial do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social Tarso Genro é preciso uma solução concreta sem atitudes de repressão aos produtores. Genro acompanhou a comitiva gaúcha. "Queremos a garantia de que a safra será vendida."

O deputado Henrique Fontana (PT/RS) disse que o governo não pode punir o produtor, mas que seu partido quer mais pesquisas e que a lei seja cumprida. Darcísio Perondi (PMDB/RS), defende os transgênicos e pretende que seja levado ao plenário da Câmara o projeto de lei que regulamenta o plantio e a comercialização destes grãos.

"Não é possível comercializar a soja como convencional porque o problema do contrabando é grave. Ela não pode ser vendida no mercado interno", disse Mariana Paoli, coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace.

Para ela, a melhor solução é dar um fim: exportar ou queimar. Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, a solução seria o governo certificar a soja nos mesmos moldes que negociou com a China, ou seja, enviar documento atestando que o grão é convencional, mas há a possibilidade de contaminação. Ele acredita que a liminar que impede o plantio e a venda só tenha valor no mercado interno.

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