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Defensivos influenciaram alta do PIB do agronegócio, afirmam Andef e Sindag

Crescimento foi impulsionado pela soja, milho, algodão, cana e café


Entidades da indústria de defensivos consideram que crescimento de 3,9% do PIB agropecuário foi impulsionado por resultados das lavouras de soja, milho, algodão, cana-de-açúcar e café
 
Reunidos em São Paulo, dirigentes da Andef e do Sindag apontaram o emprego de defensivos agrícolas entre os principais fatores que resultaram, em 2011, na elevação de 3,9% do PIB do agronegócio. Para as associações, os bons preços das commodities agrícolas no cenário internacional fizeram com que os produtores investissem recursos no controle de pragas e doenças.
 
Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal – e Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola – são as principais entidades representativas da indústria de defensivos agrícolas atuantes no País.
 
Dados do IBGE divulgados recentemente reforçam a análise das entidades. O instituto apontou que a taxa de crescimento do PIB agropecuário do ano passado – 1,2% superior à do PIB da economia, elevado em apenas 2,7% - refletiu, principalmente, o bom desempenho dos produtos soja, milho, algodão, cana-de-açúcar e café.
 
“No quarto trimestre de 2011, o PIB do agronegócio subiu 8,4%, contra 1,4% do PIB brasileiro”, observa José Roberto Da Ros, vice-presidente executivo do Sindag.
 
Andef e Sindag informaram há pouco que o setor de defensivos agrícolas movimentou US$ 8,488 bilhões entre janeiro e dezembro de 2011 - ante US$ 7,304 bilhões de 2010. O crescimento foi de 16,3%, em dólar e correspondente a 11% em moeda brasileira. O aumento nas vendas, por sinal, foi também atribuído pelas entidades à valorização do Real, que subiu 12,58% frente ao dólar no período. Essa taxa embute a segunda maior elevação da moeda americana medida desde 2002, quando a diferença chegou a 52,27% - de acordo com a consultoria Economática.
 
O diretor executivo da Andef, Eduardo Daher, enfatiza que nas cinco culturas assinaladas pelo IBGE como “âncoras” da melhora do PIB agrícola estão concentrados os maiores indicadores de vendas de defensivos. “O produtor enxergou num período de alta dos preços agrícolas a oportunidade de elevar sua produtividade, e investiu fortemente na proteção de suas culturas”, assinala o executivo.
 
Na opinião de Daher, a relação entre preços agrícolas e investimentos em tecnologia está expressa, por exemplo, no bom volume de vendas de inseticidas e fungicidas. Em 2011, esses produtos tiveram participação de 35% e 27%, respectivamente, no montante comercializado pelo setor.
 
O Infográfico 1 mostra a relação entre o crescimento do uso de tecnologia, com base nas vendas de defensivos nas principais culturas agrícolas, e a elevação do PIB do Agronegócio. Fontes: IBGE e Sindag.
 
“Na cultura da cana, por exemplo, os produtores aumentaram o emprego de inseticidas contra a broca e outras pragas que surgiram em decorrência do fim da queima da palha”, exemplifica Daher. “Na sojicultura, os fungicidas foram priorizados pelo agricultor com vistas ao controle da ferrugem e de outras doenças de final de ciclo”, explica o executivo.
 
Ainda no tocante às vendas por classe, os números atestam que a categoria dos herbicidas ocupou 33% de share, a dos acaricidas, 1% e outros produtos, 4%. Em dólar, os inseticidas responderam por vendas de US$ 2,945 bilhões; os herbicidas, por US$ 2,743 bilhões. Fungicidas e acaricidas totalizaram US$ 2,315 bilhões e US$ 110 milhões, respectivamente. Outros produtos movimentaram US$ 375 milhões.
 
Novamente, a cultura da soja absorveu o maior volume de comercialização de defensivos, com 44% do total, seguida de algodão (13%), cana-de-açúcar (12%), milho (9%), café (4%) e citros (3%). Demais lavouras responderam pelos 15% restantes.
 
De acordo com José Roberto Da Ros, do Sindag, a complexidade da sojicultura exige atenção redobrada do produtor que visa a uma boa colheita e persegue padrões internacionais de produção, daí a cultura se constituir no principal mercado para os defensivos. “O produtor que não considerar uma boa estratégia de controle químico perde dinheiro e produção diante das condições climáticas das regiões produtoras, entre outros fatores”, resume Da Ros.
 
Da Ros também entende que o estágio atual da sojicultura no Brasil tem relação direta com o aprimoramento de tecnologias de controle de pragas e doenças. Segundo o executivo, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que da safra 1987/1988 até a de 2010/2011, a produção brasileira de soja cresceu 319%. Este ano, deverá ficar em torno de 66 milhões de toneladas.
 
Daher, da Andef, acrescenta que a produção da oleaginosa está concentrada nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina, países que juntos provêm entre 70% e 80% do mercado mundial. “Ganhos em produtividade das lavouras do Brasil têm impacto no abastecimento de boa parte dessa cadeia de suprimentos”, diz. Com base em dados do USDA, Daher lembra que, juntos, Brasil e Argentina respondem hoje por 46% da soja vendida no mundo.
 
O Infográfico 2, baseado na pesquisa da consultoria internacional Kleffmann Group, mostra que o Brasil lidera a produção de biomassa por hectare, comparativamente a alguns dos principais países produtores agrícolas/usuários de defensivos. Mostra, ainda, que o Brasil é o país que registra, em dólar, um dos mais baixos valores de investimento em defensivos por tonelada colhida. Ao mesmo tempo, responde por um dos maiores indicadores de produção do mundo. Fonte: Kleffmann Group (2009).
 
Para 2012, Sindag e Andef projetam um crescimento de 3% a 5% no mercado de defensivos agrícolas. O presidente da Aenda – associação que congrega os fabricantes de defensivos genéricos –, Tulio de Oliveira, também se mostra otimista. “Acreditamos na continuidade do ciclo de crescimento porque o agronegócio se manterá em expansão e o produtor investirá em tecnologia”, resume Oliveira.
 
Uma pesquisa da consultoria internacional Kleffmann Group coloca o Brasil na 6ª posição entre os países com maior volume de aplicação de defensivos agrícolas por hectare, atrás de Japão, Estados Unidos e outros da União Europeia. Da Ros, do Sindag, aponta que “na verdade o consumo no Brasil é menor do que o observado nos principais países agrícolas, a despeito de a agricultura brasileira, sob clima tropical, exigir comparativamente adoção de mais tecnologia para controle de pragas”.
 
O Infográfico 3 ilustra a 6ª posição do Brasil entre os países com maior volume de aplicação de defensivos. Fonte: Kleffmann Group.

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