Demanda aquecida e exportações sustentam alta do milho

O mercado brasileiro de milho registrou valorização na B3 em outubro, com a saca alcançando média de R$ 67,27. Segundo informações divulgadas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o aumento foi impulsionado por uma combinação de fatores internos e externos, entre eles a firmeza da demanda e o bom desempenho das exportações.

Os embarques brasileiros de milho para o Irã e o Egito, de janeiro a setembro de 2025, somaram 9,10 milhões de toneladas, o equivalente a 39,04% do volume total exportado no período. Conforme o IMEA, esses mercados têm se mostrado estratégicos para o escoamento da produção brasileira.  Apesar da recuperação recente, o preço médio do milho na B3 segue 3,79% abaixo do nível registrado em outubro de 2024. De acordo com o boletim, somente em maio deste ano a média mensal foi superior à atual.

Ainda segundo o IMEA, a sustentação dos preços também foi influenciada pela menor pressão de venda, já que os produtores priorizaram as atividades de campo, reduzindo a liquidez no mercado físico.  No mercado externo, os contratos do milho na Bolsa de Chicago (CME-Group) encerraram a última semana de outubro com valorização de 1,71%, cotados a US$ 4,31/bu, movimento atribuído ao alívio nas tensões entre Estados Unidos e China.

No Brasil, o indicador Cepea Campinas fechou o mês a R$ 65,99/sc, com leve alta de 0,64% na semana. Já o diferencial de base entre Mato Grosso e a CME apresentou avanço de 7,30%, segundo dados do IMEA. Para os próximos meses, a expectativa é de estabilidade, com influência direta da primeira safra 2025/26 e do comportamento cambial. O relatório aponta que os preços seguirão sendo balizados pela dinâmica entre oferta e demanda e pelos fluxos internacionais.

Ainda conforme o IMEA, mesmo com a recuperação observada em outubro, os preços precisam continuar reagindo para oferecer margens mais confortáveis ao produtor, especialmente diante de custos operacionais elevados.