Detectadas as primeiras ocorrências do bicudo no MT
Os primeiros focos do bicudo do algodão foram detectados em municípios da Região Sul
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Os primeiros focos do bicudo do algodão já foram detectados em municípios da Região Sul do Mato Grosso. Cotonicultores de Itiquira, Rondonópolis, Campo Verde, Primavera do Leste e da Serra da Petrovina, entre outros municípios, já comunicaram a presença da praga nas plantações. A ocorrência é resultado da má execução na destruição das soqueiras. A falta de manejo, portanto, é um dos principais agravantes para a continuidade do inseto na região Sul.
As áreas de soqueiras mal destruídas são as que apresentam maior número de insetos. A limpeza pode ocorrer tanto de maneira química, usando defensivos agrícolas, quanto de forma mecânica. A pesquisadora em Entomologia da Fundação de Apoio a Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lúcia Vivan, explica que o ideal é que antes e após a colheita sejam aplicadas armadilhas nas lavouras para garantir a destruição dos insetos sobreviventes.
As armadilhas com feromônio (tipo de hormônio) têm a finalidade de descobrir sobre a população de bicudo na lavoura. Até o início do primeiro botão floral, o besouro é atraído para a armadilha. A partir daí, o bicudo começa a atacar a planta. “Até o primeiro botão floral, o monitoramento é feito nessas armadilhas”, afirmou. Com o aparecimento da primeira flor, as vistorias devem acontecer diretamente nas lavouras.
Com os cuidados de prevenção, os danos acarretam em cerca de 5% de botões atacados. “Existem índices até mais baixos”, reforçou. Mesmo assim, a pesquisadora indica que há registros de incidência significativa do bicudo nas lavouras de algodão da região Sul. Lúcia explica que isso é reflexo da safra passada, quando os cotonicultores não praticaram corretamente a destruição das soqueiras.
Com a detecção do besouro nas armadilhas, a primeira ação é a aplicação de bordaduras (recipiente onde o feromônio é colocado) até o surgimento do botão floral. A pesquisadora indica que as aplicações devem ser na ordem de três a quatro por semana para segurar a população na isca. Após o surgimento do botão floral, as vistorias devem se intensificar na lavoura fazendo aplicações preventivas a cada 10 dias.
Lúcia apontou que é necessário cuidado por parte dos produtores quando se trata de plantações próximas ao cerrado, uma vez que esse “habitat” é considerado atrativo para a hospedagem do besouro adulto. “São áreas de refúgio”, disse. Lúcia informou que no cerrado a taxa populacional não sofre aumento, mas apresenta plantas hospedeiras onde os insetos conseguem sobreviver. No caso do botão floral do algodão, além de garantir a sobrevivência, os insetos se multiplicam.
A pesquisadora indica que o cerrado é a alternativa do bicudo especialmente na época da entressafra, quando não há alimento e o inseto busca este tipo de vegetação para sobreviver.