Diagnóstico aponta principais pragas do arroz no Tocantins
Segundo o levantamento, o inseto-praga mais conhecido e mais freqüente é o percevejo, seguido das lagartas
Com o objetivo de diagnosticar a situação atual de controle de pragas no ambiente dos assentamentos, foram aplicados questionários dirigidos aos produtores. Foram entrevistados 97 produtores, de três assentamentos: Lagoa da Onça, Três Poderes e Caracol 2.
A importância das pragas foi obtida, de acordo com a percepção dos produtores e classificadas dentro de uma escala de severidade. As pragas mencionadas, referentes às safras 2004/2005 e 2005/2006, foram: bicheira da raiz; brusone; lagarta das folhas; lagarta elasmo; percevejo do colmo; percevejo do grão; plantas daninhas, pássaros e ratos.
Segundo o levantamento, o inseto-praga mais conhecido e mais freqüente é o percevejo, seguido das lagartas. A decisão de manejo das pragas, conforme 57% dos produtores, é tomada quando a presença do inseto é detectada e 48% fazem o manejo preventivamente em intervalos regulares. Do total de entrevistados, 59% aplicam inseticida duas vezes e 11% aplicam uma vez.
Sobre os inimigos naturais das pragas, 17% responderam que sapos, pássaros, aranhas, e joaninha são os mais conhecidos; 66% dos entrevistados sabem que existem, mas não souberam informar quais são os inimigos naturais e 27% informaram não conhecer.
Sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP), 64% dos produtores informaram que desconhecem a tecnologia e 7% a conhecem por meio de eventos agropecuários, televisão e palestras realizadas no assentamento. Quando questionados sobre a possibilidade de adotar o MIP, 52% responderam que concordam em experimentar a tecnologia, mas 29% não concordam ou não manifestaram interesse.
A falta de interesse demonstrada por parte dos produtores pode estar associada ao desconhecimento dos benefícios do MIP, caracterizando a necessidade de implementar ações de transferência de tecnologia.
Quanto à sua importância, as pragas apontadas como de maior gravidade foram pássaros, percevejo do grão, brusone, ratos, lagarta elasmo, percevejo do colmo, lagarta das folhas e plantas daninhas. Os pássaros e o percevejo do grão foram os que tiveram maior relevância na gravidade.
Na avaliação dos produtores assentados, a perda, devido a pragas, foi de 22%. Esse percentual contradiz a afirmativa dos produtores de que é fácil manejar as pragas na cultura do arroz. Isso também evidencia que as recomendações técnicas disponíveis para o manejo das pragas não são adotadas.
Diagnosticados os problemas com as pragas da cultura do arroz nos assentamentos, é possível implantar um programa de capacitação para produtores e agentes da assistência técnica, bem como estabelecer parcerias para fomentar ações de transferência de tecnologias em nível de propriedade.
Autores: Dino Magalhães, José Alexandre Barrigossi, Michael Thung, Carlos Santiago (Embrapa Arroz e Feijão), Francismar Gama (Ruraltins), Evaldo Martins (Pref. Municipal de Formoso do Araguaia). As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Arroz e Feijão.