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Diversificação no campo deve envolver a extensão rural, diz Emater/RS

A integração silvipastoril foi defendida durante Simpósio Estadual de Agroenergia


“Saio deste evento convicto de que é possível produzir para energia e para alimentos”, afirma Luiz Antônio Rocha Barcellos, assistente técnico do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, ao se referir aos conteúdos apresentados e debatidos durante o Simpósio Estadual de Agroenergia, que encerra no final da tarde desta quinta-feira, 12, em Pelotas. Para Barcellos, a participação no Simpósio “é muito interessante para a extensão rural ter uma visão do que será possível produzir no futuro, das alternativas do campo.

Barcellos destaca que o evento favorece ampliar a visão de futuro das pesquisas que estão sendo feitas, não apenas no Brasil, mas, nesta edição, na Argentina e nos Estados Unidos, em termos de culturas para produção de biodiesel. “É agradável saber sobre as microalgas, que vão aparecer mais tarde, mas que já estão sendo pesquisadas, assim como sobre os outros destinos agroenergéticos dados a culturas tradicionais de nossa alimentação, como a batata-doce”, observa.

A integração silvipastoril foi defendida, por gerar alimento e energia. Na região de Santa Maria, no município de Nova Esperança do Sul, essa integração está ocorrendo. De acordo com Barcellos, ainda neste mês a Emater/RS-Ascar vai ampliar essa integração para outros nove municípios da região do Jaguari. “A consorciação será de eucalipto com pastagens perenes de verão, como braquiárias, aruanas e tiftons. Vamos aumentar a área em mais 18 hectares. O objetivo é produzir carne e madeira, recuperando solos degradados”, diz.

Alternativas e estudos:
Para Marco Moro, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, “a agroenergia é um tema relativamente novo e todas as informações repassadas são de grande valia, para que possamos entender os processos de transformação de produtos vegetais em energia mais limpa”. O ATR destaca que, para o público assistindo pela extensão rural, a agroenergia deverá ser mais uma alternativa, “desde que haja transformadores dessas produções”, e observa que “o processo de manter o produtor produzindo e a indústria recebendo tem que estar bem alinhado em termos de custo e recebimento”.

Na região de Pelotas, a possível e gradual transferência do fumo para culturas consideradas agroenergéticas só deve ocorrer se houver, não apenas incentivos à produção, mas o envolvimento de toda a cadeia, aproximando os núcleos de produção. Para Moro, “não há cultura, em termos econômicos, que substitua o fumo”. Ele analisa que apesar de o mundo estar contra o fumo, a cultura ainda é forte economicamente. “A agroenergia tem que ser compatível com o que já se produz”, diz, ao defender produção com retorno financeiro para o agricultor. “As culturas e agroenergias alternativas estão presentes e a extensão rural tem que acompanhar”, afirma.

Para o diretor técnico da Emater/RS em exercício, Alencar Paulo Rugeri, a participação em eventos como o Simpósio Estadual de Agroenergia é importante, pois técnicos e estudantes têm acesso aos resultados das pesquisas realizadas em todo o mundo e, em especial, no Brasil, “pois é onde são abordadas sobre as culturas adaptadas ao nosso clima, solo e cultura”.

A partir da realização deste evento, Rugeri anuncia a instalação de unidades de observação de culturas como da cana-de-açúcar, batata-doce e mandioca, com o objetivo de difundir as tecnologias apresentadas.

O Simpósio Estadual de Agroenergia aconteceu de 10 a 12, no auditório da UFPel, e reuniu 380 pessoas, entre pesquisadores, técnicos, estudantes, entre outros representantes de empresas e instituições. Paralelo ao Simpósio, foram realizadas as Reuniões Técnicas da Mandioca (10ª) e da Bata-doce (3ª). Os eventos são promovidos pela Emater/RS-Ascar, Embrapa Clima Temperado, Fepagro e Afubra. As informações são da assessoria de imprensa da Emater/RS-Ascar.

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