Egito enfrenta queda nas importações
Para avançar, analistas defendem aperfeiçoamento do sistema de preços
Para avançar, analistas defendem aperfeiçoamento do sistema de preços - Foto: Pixabay
A mudança repentina no comando das compras públicas de grãos no Egito provocou queda das importações, redução dos estoques e perda de confiança entre fornecedores tradicionais. Em dezembro de 2024, o governo transferiu a função da GASC para a organização militar Future of Egypt, encerrando décadas de atuação do modelo anterior. A substituição ocorreu sem anúncio e expôs a falta de preparo técnico da nova gestão.
No primeiro semestre de 2025, as importações de trigo recuaram mais de 27%, totalizando 5,2 milhões de toneladas, enquanto a participação estatal nesse volume caiu 57%. Consultores apontaram que a Mostakbal Misr não tinha estrutura nem equipes qualificadas, além de persistirem entraves financeiros com a antiga agência, o que gerou confusão e atrasos entre exportadores.
A ausência de experiência dificultou o relacionamento com o mercado internacional, tradicionalmente baseado em confiança de longo prazo. A nomeação de uma ex-funcionária da GASC para supervisionar as compras trouxe algum alívio, mas especialistas afirmam que o processo depende de uma equipe consolidada e de fluxos financeiros estáveis.
O fim das licitações centralizadas e a adoção de negociações bilaterais tornaram as operações menos transparentes e mais irregulares. Houve atrasos em pagamentos e tentativas de renegociação, interpretadas como descumprimento contratual.
Para avançar, analistas defendem aperfeiçoamento do sistema de preços, da gestão de riscos e da logística, além de reduzir a dependência externa. A produção interna deve crescer de forma gradual, apoiada por novas tecnologias e variedades de trigo. Também há esforços para modernizar o armazenamento e ajustar requisitos de panificação. Entre as soluções apontadas está a possível devolução do controle das importações à GASC.