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El Niño vai começar?

Entenda a projeção do início do fenômeno


Foto: Pixabay

O Centro Americano de Meteorologia (NOAA) divulgou em sua última projeção indicando que há 90% de chances de o El Niño se estabelecer nos próximos meses. Segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, a confirmação do fenômeno pode ocorrer já no trimestre de maio, junho e julho.

No entanto, é importante destacar as diferenças na classificação do El Niño entre os centros americanos e australianos. Enquanto o Centro Americano considera o estabelecimento do fenômeno quando a média das temperaturas em 3 meses corridos atingem o limiar de 0.5 acima do valor histórico, o Centro Australiano utiliza um valor de 0.8°C acima dessa média histórica.

Segundo Rodrigues, o indicativo de 0.8°C positivo já pode ser observado ainda no mês de maio e a tendência é de mais aquecimento. Ele ressalta que praticamente todo o setor onde é calculado esse índice apresenta temperaturas acima da média em camadas de até 200 metros de profundidade. Apesar das diferenças na classificação, é consenso entre todos os centros de projeção que o estabelecimento do fenômeno ocorrerá até o mês de agosto. 

O meteorologista, Gabriel Rodrigues, fala sobre as últimas projeções sobre o início do fenômeno.  Veja a entrevista na íntegra

OMPORTAMENTO DESSAS CHUVAS PARA OS PRÓXIMOS MESESDe acordo com o meteorologista, em relação às chuvas para os próximos meses, é indicado um padrão de chuvas abaixo da média na faixa norte do país, tanto para os meses de junho, julho e agosto. Enquanto isso, há uma sinalização de chuvas acima da média no centro-sul, abrangendo áreas até mesmo do sul do Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo.

O padrão de chuvas abaixo da média na região norte é indicado em todo esse período mencionado, principalmente no extremo norte do Brasil, como no norte do Amazonas, Roraima, Amapá e norte do Pará. 

Segundo Gabriel, esse padrão é muito característico do El Niño, e pode-se dizer que já estamos registrando esse comportamento, mesmo antes do fechamento do mês de maio. Como exemplo, as chuvas no Rio Grande do Sul estão acima da média na metade sul do estado, enquanto no extremo norte do Brasil, as chuvas estão bem abaixo da média.

PODEMOS DIZER QUE É O FIM DA ESTIAGEM NO SUL E MAIS SECO NO MATOPIBA?

Outra previsão importante é o fim da estiagem na região sul e um período mais seco no MATOPIBA. Enquanto essa condição de seca é mais pronunciada em áreas do extremo norte, alguns setores do MATOPIBA registram chuvas abaixo dos 50 mm no período de inverno. Esse cenário pode favorecer a maturação, a qualidade das fibras e as operações de colheita do algodão, o que é positivo para o produtor brasileiro, considerando os problemas enfrentados pela China nas lavouras de algodão por conta do frio e das chuvas.

No entanto, o cenário oposto é indicado para a região sul, onde as chuvas podem trazer alertas em relação às doenças causadas pelo excesso de umidade e às dificuldades das operações em campo. O destaque é o trigo de inverno, e um período com chuvas mais abundantes pode ser positivo para o desenvolvimento das lavouras, mas acende um alerta em relação às doenças fúngicas. Por outro lado, a tendência indica um pouco mais de chuva no Paraná e no Mato Grosso do Sul, o que pode beneficiar o milho safrinha.

No entanto, essas projeções sinalizam que a safra de verão pode ter impactos do fenômeno El Nino. Assim, a falta de umidade no solo no MATOPIBA podendo ser um fator limitante no plantio de soja e milho, e o excesso de umidade podendo atrapalhar as operações na região sul. Por isso, é importante que os produtores fiquem atentos às previsões e se preparem adequadamente para enfrentar as condições climáticas desafiadoras.

COMO FICAM AS TEMPERATURAS NO INVERNO?

O meteorologista Gabriel Rodrigues apresentou recentemente suas análises e projeções para o inverno deste ano no Brasil. De acordo com ele, assim como nas chuvas, as temperaturas também seguem um padrão característico do fenômeno El Niño. Na região sul, a tendência é de um inverno mais brando, o que pode significar a ocorrência de massas de ar frio, mas com menor intensidade, resultando em episódios de geadas mais fracos e curtos.

Projeção do desvio das temperaturas para junho, julho e agosto. Praticamente todos os setores do páis devem registrar marcas acima da média.

 

No entanto, a situação é diferente na região central do país, onde as temperaturas podem ficar acima da média. Isso pode ter consequências graves, especialmente para as áreas que recebem poucas chuvas no inverno. As altas temperaturas podem acelerar a perda de umidade do solo e das plantas, o que pode levar a problemas como a diminuição da produção agrícola e o aumento do risco de incêndios florestais. Diante desse cenário, é importante que sejam tomadas medidas preventivas para minimizar esses impactos.

O meteorologista, Gabriel Rodrigues, fala sobre as últimas projeções sobre o início do fenômeno.  Veja a entrevista na íntegra

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