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Embarques para a China vão ter certificação


O governo brasileiro encaminha esta semana um pedido de resposta à proposta de certificação da soja nacional embarcada para a China. A idéia é que até o dia 20 de setembro deste ano todo o grão exportado para aquele país seja embarcado com um documento oficial afirmando que a soja brasileira é convencional, mas sem descartar a possibilidade de que possa ocorrer a mistura com o produto geneticamente modificado.

Uma missão chinesa está desde sexta-feira no Brasil para conhecer os campos de produção da commodity. Ontem, 14 integrantes do governo chinês estiveram reunidos com alguns técnicos brasileiros no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento.

Segundo o chefe da delegação, Sui Pengfei, a proposta brasileira está bem encaminhada. "Ele garantiu que a resposta deve ser dada rapidamente, com pequenas alterações, se necessário", disse o chefe do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do ministério, Odilson Ribeiro. De acordo com ele, não há veto para a soja brasileira.

Principal comprador

A China é o principal comprador do grão brasileiro. Cerca de 25% das exportações brasileiras de soja são encaminhadas ao país asiático. No ano passado, a China comprou do Brasil 4,5 milhões de toneladas de soja, o que representa cerca de 35% da necessidade de importação chinesa.

O Brasil é o único país fornecedor da China que ainda não certifica os embarques de seus grãos. O governo chinês quer ter a certeza de que a soja é segura para o consumo, aceitando o produto modificado da variedade Roundup Ready (RR), da empresa Monsanto. Os chineses compram esta variedade dos Estados Unidos e da Argentina.

O prazo para a certificação havia expirado em 20 de março do ano passado, sendo prorrogado para 20 de dezembro último. Agora, o governo brasileiro tem até 20 de setembro de 2003 uma autorização dos chineses para fazer a certificação provisória, segundo a proposta encaminhada no final de 2002, que ainda aguarda o sinal verde chinês. Após este período, haveria a necessidade de certificação oficial, para cada embarque do produto.

Isso significa que o governo brasileiro terá de afirmar que a soja é transgênica - somente se houver liberação judicial, já que atualmente é proibido o plantio comercial de transgênicos - ou que não é modificada geneticamente.

Para atender às exigências, o ministério publicou no final do ano uma portaria criando um sistema de classificação da soja convencional, por meio de exames laboratoriais ou rastreamento da produção. A portaria está em consulta pública até o próximo dia 30 e, depois desse período, será realizada uma audiência pública.

Neila Baldi

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