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Embrapa avalia efeito das chuvas de verão na safra do café

Benefícios contribuem para o recorde de produção do grão estimada para este ano


Benefícios contribuem para o recorde de produção do grão estimada para este ano

As chuvas ocorridas nos últimos dias em regiões de lavouras cafeeiras têm sido benéficas. O bom volume de chuva é essencial nesse período para o enchimento dos grãos e contribui para a perspectiva de recorde de safra do café para este ano. As precipitações iniciadas por volta de dezembro, no Espírito Santo e em Minas Gerais, eram bastante esperadas. Os dois estados chegaram a registrar prejuízos pontuais em alguns municípios, mas nada que afete, até o momento, a boa perspectiva da produção estadual.


Segundo o coordenador do Núcleo Tecnológico do Café da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), César Botelho, talvez haja algum prejuízo nas plantações mais novas devido à evasão de nutrientes e à diminuição da proteção do solo decorrentes do escoamento das águas pela lavoura, mas nada que comprometa a safra total. “O produtor ainda pode adotar medidas preventivas de conservação do solo, como manejar o mato, levantar terraços emergenciais e bacias de contenção”, explica. A previsão é de que, com a bienalidade positiva em 2012, o estado alcance uma produção maior do que a anterior.

Em Itamogi, na região do sul de Minas Gerais, houve prejuízos por conta da chuva de granizo que aconteceu nos últimos 30 dias, atingindo cerca de 17% da área em produção. A perda estimada foi de 10 mil sacas de café, um prejuízo de mais de R$ 5 milhões. A previsão era de que o município colhesse cerca de 170 mil sacas nesta safra. O município tem 90% de sua economia baseada na lavoura cafeeira de pequenos produtores.

No Espírito Santo, as chuvas trazem benefícios para o café conilon, mantendo as boas previsões de produção para este ano. “A chuva é bem-vinda”, ressalta o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Antônio Lani. A expectativa para região é de que as chuvas durem até fevereiro. “O ideal é que chova até final de fevereiro, uma estiagem agora pode ser ruim para quem não tiver irrigação, gerando grãos mal formados. Aí sim, é prejuízo”. No estado, a produtividade do conilon vem crescendo a cada ano. O uso de tecnologias desenvolvidas com o apoio do Consórcio Pesquisa Café vem contribuindo para isso, inclusive nesse período de chuvas. Os produtores utilizam cultivares mais resistentes, técnicas de nutrição do solo e combatem pragas e doenças.


A estiagem na região produtora do Paraná também não chegou a afetar as lavouras de café. Segundo o agrometeorologista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Paulo Henrique Caramori, as águas começaram a cair na região cafeeira ainda em outubro e novembro, havendo apenas um pequeno período de seca no mês de dezembro. “A partir desta semana, a previsão é de que chuvas na região se regularizem, por isso, não se espera prejuízo na região cafeeira do Paraná”, adianta. A expectativa e torcida agora é para que as chuvas continuem até o próximo mês. “Essa é uma fase importante para formação dos frutos. Janeiro e fevereiro são meses cruciais para a qualidade do café”, conclui.

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