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Embrapa e parceiros apresentam vantagens da PI de Abacaxi

Sistema de produção que tem como fundamentos as boas práticas agrícolas


Nesta quinta-feira, dia 26, e quarta-feira, 27 de agosto, acontece em Guaraí o I Seminário de Produção Integrada de Abacaxi do Tocantins, realizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Tocantins (Seagro) e Faculdades Guaraí.

Sistema de produção que tem como fundamentos as boas práticas agrícolas, a redução dos impactos ambientais e a promoção do bem-estar social dos empregados, a Produção Integrada (PI) de Abacaxi começou no Tocantins em setembro de 2004, sob a coordenação de Aristoteles Pires de Matos, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.

Devido ao sucesso, o modelo desenvolvido e praticado na região foi e está sendo transferido para outros estados. “Já recebemos visitas de produtores do Amazonas e da Bahia interessados em conhecer o projeto. O seminário é uma oportunidade de divulgar a PI e proporcionar a troca de informações entre produtores e técnicos”, explica.

PIB

Hoje, 43 produtores de abacaxi do Tocantins fazem parte da PI e são acompanhados diretamente pelos membros do projeto. Realidade bastante diferente do início do projeto, quando houve a adesão de apenas um produtor, com 10 hectares. “Desde 2009, existe a demanda de adesão por mais 54 produtores, mas infelizmente não temos mais como inclui-los no projeto”, afirma Aristoteles. De setembro de 2004 a abril deste ano, a PI promoveu 31 cursos, treinando 1.184 profissionais.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abacaxi é a terceira cultura mais produtiva do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário de Tocantins, ficando atrás apenas da pecuária e da soja. “Em 2009, o estado tinha 248 hectares de abacaxi no sistema de PI, ou seja, quase 10% da área, que é de 2.301 hectares, de acordo com o IBGE”, comemora Aristoteles.

Segundo o pesquisador, a estratégia para implementação da PI envolveu estabelecimento de parcerias, diagnóstico participativo, palestras motivacionais, visitas técnicas, atividades de capacitação, unidades demonstrativas, participação em eventos e publicações de trabalhos técnico-científicos. “Os produtores, por exemplo, contribuem de diversas maneiras para a condução das atividades do projeto, com disponibilização de instalações para cursos, reuniões e dias de campo, custos de manutenção das unidades demonstrativas e despesas com alimentação durante as atividades de capacitação”, declara.

Fertilizantes e agrotóxicos

A racionalização do uso de fertilizantes e de agrotóxicos é uma das grandes vantagens do sistema, que tem no manejo de pragas um elemento muito importante. Depois da análise do solo e correta adubação, os produtores tiveram redução de 28% na quantidade de nitrato/uréia, 25% na quantidade de superfosfato simples e de 43% na de cloreto de potássio.

Quanto aos agrotóxicos, houve redução de 50% no uso de herbicidas, 37% no uso de inseticida e 20% no uso de fungicidas.

Nos 248 hectares da PI, o número de intervenções de controle químico caiu drasticamente. “Foram aplicados apenas 60 gramas de inseticida durante o ciclo da cultura. No manejo convencional, são feitas três aplicações anuais em área total, sendo 1,5 kg/hectare, num total de 1.116kg de inseticida”, explica Aristoteles.

“Depois da produção integrada, não entra mais um grama de herbicida no meu plantio de abacaxi. O manejo do mato é feito apenas com a roçadeira manual com motor a explosão”, afirma Washington Dias, proprietário da Fazenda São Bento, em Miracema, onde cultiva 60 hectares de abacaxi.

Programação

Na manhã do dia 26, as palestras do seminário têm como tema “Sistema Agropecuário de Produção Integrada (Rosilene Ferreira Souto, coordenadora de PI do Mapa), Produção de mudas sadias do abacaxizeiro (Fernando Antônio Teixeira, técnico agrícola da Seagro, e Aristoteles Pires de Matos), Escolha e preparo do solo (Denise Coelho Gomes, coordenadora de fruticultura da Seagro), Sistemas de plantio, correção do solo e adubação de fundação (José Américo Vasconcelos, diretor de fruticultura da Seagro).

Pela tarde, serão abordados os seguintes assuntos: Boas práticas agrícolas na condução do abacaxizeiro em sistema de produção integrada (Aristoteles Pires de Matos), Manejo integrado de pragas e doenças do abacaxizeiro (Nilton Fritzons Sanches, pesquisador da Embrapa), Manejo da irrigação no abacaxizeiro (Juliana Ruggiero, presidente da Fundação Faculdades Guaraí) e Colheita e pós-colheita (Raimundo Freire Filho, agrônomo consultor do Sebrae).

No dia 27, haverá visita técnica à Estância Lajedo, em Fortaleza do Tabocão, onde serão vistos aspectos ligados às boas práticas agrícolas, e à Fazenda Barreirinho II, em Guaraí, onde será mostrada a produção de mudas.

O seminário tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Superintendência Federal de Agricultura do Tocantins, Cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso, Organização das Cooperativas Brasileiras, Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.

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