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Enchentes: produtores de tabaco registram mais de R$ 95 milhões em prejuízos

Levantamento do SindiTabaco revela extensão das perdas e plano de recuperação



Foto: Pixabay

A enchente sem precedentes que atingiu o Rio Grande do Sul no início de maio causou prejuízos para os produtores de tabaco na região. Segundo um levantamento realizado pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), os danos financeiros superam R$ 95 milhões, afetando quase dois mil produtores.

Em um encontro realizado nesta quinta-feira, 06 de junho, o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, reuniu-se com a diretoria da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS) e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) para discutir e analisar os dados coletados.

Impacto nos municípios produtores

O levantamento do SindiTabaco revelou que 75 municípios produtores de tabaco foram severamente impactados pelas chuvas. Ao todo, 1.929 propriedades rurais sofreram com as cheias. Entre os municípios mais afetados, destacam-se:

Venâncio Aires: R$ 18,3 milhões em prejuízos
Candelária: R$ 16,52 milhões
Agudo: R$ 6,35 milhões
Ibarama: R$ 5,96 milhões
Santa Cruz do Sul: R$ 4,57 milhões

Os produtores enfrentam desafios significativos, com perdas que incluem 2.070 canteiros de mudas, 1.428 hectares de terra agricultável, e 285 toneladas de fertilizantes. A estimativa é de uma perda de produção de 848 toneladas para a safra 2024/25.

Esforços de recuperação

Apesar das perdas devastadoras, o setor tabacaleiro está determinado a se recuperar. "Precisamos dar condições para que eles possam continuar o trabalho nesta próxima safra", afirmou Schünke. As empresas associadas ao SindiTabaco já investiram cerca de R$ 1,6 milhão na reposição de insumos, essenciais para a reconstituição dos canteiros de mudas.

Necessidade de apoio público

Para além dos esforços da indústria, Schünke destacou a necessidade de políticas públicas para apoiar os produtores na reconstrução de suas propriedades. Linhas de crédito para a manutenção e construção de residências, estufas e galpões são cruciais. "A representação dos produtores é uma importante aliada para interceder junto aos órgãos governamentais neste momento de reconstrução", afirmou o presidente do SindiTabaco.

Resiliência dos produtores

Apesar das adversidades, 96% dos produtores atingidos pretendem continuar produzindo tabaco. Este dado reflete a resiliência e determinação dos fumicultores gaúchos em superar os desafios impostos pela natureza.

Detalhamento dos danos

Estufas: 222 perdas parciais e 129 totais
Galpões: 178 perdas parciais e 87 totais
Domicílios: 140 com perdas de até 30%, 126 entre 30% e 70%, e 86 com perda total

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