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Entrevista: Vergilio Perius - presidente do Sistema Ocergs- Sescoop/RS

"Não posso nem imaginar a agricultura sem as cooperativas"


Foto: Pixabay

Nesta semana, dia 04 de julho, foi celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo e os 50 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras. No Rio Grande do Sul o setor é um dos que mais cresce.

O balanço divulgado no relatório Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2019 aponta o faturamento recorde de R$ 48,2 bilhões, com incremento de 12,13% em relação ao período anterior. Nos últimos 4 anos o faturamento cresceu 54,63% e já conta com 2,9 milhões de associados.  

Números expressivos no agro

São 437 cooperativas de 13 ramos de atividades econômicas que geram 63,8 mil empregos diretos. Desses, 90,7% concentram-se nos ramos Agropecuário, Saúde e Crédito. 

As cooperativas agropecuárias formam hoje o segmento economicamente mais forte do cooperativismo gaúcho. Atualmente, 62 cooperativas do Rio Grande do Sul possuem planta agroindustrial, onde processam a matéria-prima e agregam valor em mais de 131 produtos diferentes.

O presidente do Sistema Ocergs- Sescoop/RS, Vergilio Perius, fez uma análise desse bom desempenho em uma entrevista ao Portal Agrolink:

Portal Agrolink: a que fatores podemos atribuir o bom desempenho do agro no cooperativismo?
Vergilio Perius:
o agronegócio foi campeão de resultados. Houve um incremento no faturamento de venda de soja que estava estocada em 2017 e isso deu uma sobra de 45,6% de crescimento em relação aos outros anos e com um total de R$ 31,7 bilhões de faturamento. Esses são indicadores muitos fortes. O agronegócio responde por um grande número de associados. São mais de 350 mil em 128 cooperativas e emprega diretamente 36,6 mil trabalhadores, o que representa mais da metade do total de trabalhadores em cooperativas do Rio Grande do Sul (são 66 mil no total). O setor se consolidou com o carro chefe do cooperativismo.

Portal Agrolink: quais os setores mais representativos?
Vergilio Perius:
o setor que tem mais força é o de grãos (soja, milho, trigo e arroz), seguido do leite, vinhos e carnes. Se nos basearmos só em dados da Fecoagro, por exemplo, que trabalha mais o segmento de grãos a gente observa que o incremento de resultados chegou a ser superior ao conjunto. Foi 25% de crescimento só em grãos. Somando todas as outras o crescimento registrado é de 19% no faturamento. 

Portal Agrolink: dá pra se dizer que a soja foi o carro-chefe?
Vergilio Perius:
na economia agropecuária o mais importante ainda é a soja. Foram bons preços, dólar alto e com boas políticas cambiais, no ano passado, com produtores e cooperativas vendendo na hora certa, o que colaborou para o bom desempenho.

Portal Agrolink: é possível afirmar que o cooperativismo gaúcho hoje é consolidado e está otimista?
Vergilio Perius:
só para citar um dado extremamente importante: os ativos das cooperativas gaúchas são R$ 74 bilhões. Os negócios R$ 48 bilhões, ou seja, nos sobram R$ 22 bilhões como garantia adicional para que os bancos  e o governo olhe o cooperativismo gaúcho com bons olhos e com segurança jurídica, econômica e ver que dá para investir em cooperativas. 

Portal Agrolink: que importância tem o cooperativismo para a atividade no Estado?
Vergilio Perius:
eu não posso nem imaginar a agricultura do Rio Grande do Sul sem as cooperativas. Anos atrás a FEE fez um estudo que mostrava que se fossem retiradas as cooperativas do Estado hoje teríamos apenas 40% do total de crescimento que era estimado. Tudo o que se produz ou cria aqui, em termos de agricultura e pecuária, sai de algum associado cooperativado. Essa é a nossa força. 
 

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