Bactérias do solo promovem crescimento de forrageiras
Objetivo é causar em forrageiras usadas na pecuária
Foto: Foto: Divulgação / Epagri
A Estação Experimental da Epagri em Lages, na Serra Catarinense, desenvolve uma pesquisa que traz à tona aquilo que a terra esconde, mas que tem apresentado resultados promissores quando o assunto é produzir com qualidade.
O projeto é conduzido pelo engenheiro-agrônomo e pesquisador João Frederico Mangrich dos Passos e acompanhado por Albiery Rafaeli de Abreu, tecnólogo em Gestão do Agronegócio pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e mestrando em Produção Vegetal no Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV Udesc).
A bioprospecção é a procura, no solo, por bactérias que promovem o crescimento natural de plantas por meio do fornecimento de nutrientes, como fósforo e nitrogênio. Um exemplo clássico é o rizóbio, microorganismo que oferece estes benefícios à soja que, por sua vez, consegue crescer sem ureia.
O trabalho é realizado nos laboratórios de Biotecnologia e de Homeopatia da Estação Experimental de Lages, onde as chamadas “bactérias do bem”, nativas do solo da região, são potencializadas para promover o crescimento das plantas. O objetivo é causar em forrageiras usadas na pecuária, como aveia e azevém, o mesmo efeito positivo do rizóbio na soja.
“Além dos nutrientes, as bactérias ajudam no metabolismo de defesa das plantas e as deixam mais resistentes a doenças, como a ferrugem da folha, que acontece nas forrageiras. Assim, quando se alimenta, o gado consegue aproveitar todo o potencial da planta”, diz João Frederico.
Com os agroquímicos substituídos pelas bactérias, o produtor economiza e a natureza agradece, pois será preservada. Além disso, como tecnologia limpa, estas bactérias podem ter potencial de comercialização como bioinsumos.
“Assim, a Epagri promove o bem-estar da sociedade e entrega uma linha de pesquisa em que todos ganham, especialmente o consumidor final, que terá à disposição produtos saudáveis e de qualidade”, conclui o pesquisador da Epagri em Lages.