Estatísticas têm importância fundamental na bioeconomia

A bioeconomia só irá funcionar se tiver estatísticas bem consolidadas e bem interpretadas. A afirmação foi dita por Agustín Torroba, Especialista Internacional em Biocombustíveis, Programa de Bioeconomia e Desenvolvimento Produtivo do IICA, e Ariel Coremberg, Diretor do Centro de Estudos de Produtividade, Coordenador do projeto ARKLEMS + LAND, em um texto piblicado no bioeconomia.info. 

“Para a articulação bioeconômica das ações públicas e privadas, é imprescindível dispor de estatísticas confiáveis que orientem e demonstrem a rentabilidade econômica e social da alocação de recursos, para uma adequada tomada de decisão. Devido às suas ligações com o resto da economia, as atividades de base biológica desempenham um papel primordial na produção, na geração de divisas e empregos e, portanto, podem contribuir significativamente para a criação de novas oportunidades produtivas nas áreas regionais, competitividade e dinamismo das exportações, redução da pobreza e maior equidade na distribuição de renda”, comenta. 

De acordo com eles, medir a bioeconomia envolve grandes desafios. “Em primeiro lugar, requer um corte transversal por produtos e atividades que não são necessariamente compatíveis com o sistema de classificação tradicional para produto interno bruto (PIB), comércio exterior e pesquisas domiciliares”, completa. 

“Em segundo lugar, as matrizes tradicionais de insumo-produto geralmente não distinguem ou agrupam produtos e insumos de base biológica no mesmo ramo de atividade econômica, nem agrupam os serviços agrícolas, industriais e de investimento exigidos por essas atividades. Esta limitação conceitual nas estatísticas tradicionais industriais, agrícolas e de serviços requer um reajuste dos conceitos, procedimentos e operações estatísticas que devem ser complementadas com um levantamento contínuo e exaustivo dos investimentos e atividades incluídos na bioeconomia, considerando seu alto dinamismo e complexidade”, conclui.