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Estudo mostra desempenho de bactérias no trigo

Utilizando o mesmo tratamento, cada cultivar de trigo apresentou uma resposta


Foto: Marcel Oliveira

O uso de bactérias promotoras de crescimento em diversas culturas vem ganhando espaço. No trigo elas costumam ser inoculadas via semente. Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) analisou isolados e características de 71 bactérias da rizosfera de cultivares modernos e variedades crioulas de trigo. O trabalho é a tese de mestrado em Microbiologia Agrícola, de Fernanda de Almeida Godoy e buscou avaliar o impacto da inoculação na comunidade bacteriana da rizosfera e como os microorganismos se comportam no crescimento do trigo.

Os microrganismos na rizosfera (região onde o solo e as raízes das plantas entram em contato) podem operar diretamente em benefício da planta através de funções como defesa, saúde e promoção do crescimento, e o uso desses microrganismos como inoculantes representam uma alternativa viável para uma produção agrícola mais sustentável e equilibrada sem diminuir os níveis de produção e tecnológicos já alcançados.

Para o estudo foram usados três genótipos comerciais de trigo que foram avaliados quanto à altura, diâmetro, quantidade de clorofila, peso seco e fresco da raiz e parte aérea e análise das enzimas FDA, β-glicosidase e fosfatase para mensurar a atividade microbiana no solo. Além do tratamento na semente, foram realizadas inoculações quinzenais e amostragens de solo rizosférico ao longo de todo experimento, antes e depois de cada inoculação bacteriana.

Os resultados mostram que a inoculação de sementes de trigo com bactérias resultou na promoção de crescimento especialmente em plantas inoculadas com os gêneros Lysinibacillus e Pseudomonas na cultivar BRS Parrudo. Na cultivar BRS Reponte, o tratamento com o consórcio de todos isolados testados no bioensaio foi o mais eficiente, indicando que a interação benéfica é cultivar-dependente já que, utilizando o mesmo tratamento, cada cultivar de trigo apresentou uma resposta.

Para Fernanda ficou evidente que a introdução do inoculante diminui a diversidade da comunidade bacteriana, presente no solo, com impacto mais acentuado no inicio do ciclo. Isso ressalta a importância de integrar os princípios da ecologia microbioma no desenvolvimento de produtos para aperfeiçoar a eficiência da colonização bacteriana e sobrevivência do inóculo do solo. Por isso sugere que sejam aprimorados os estudos de bactérias que sejam benéficas de acordo com o genótipo a ser utilizado e não recomendado de maneira genérica.

É importante considerar o impacto do microbioma no solo e da rizosfera na eficiência da inoculação. Por isso, foram usadas estirpes de diferentes gêneros de bactérias isoladas de plantas de trigo testadas quanto à promoção de crescimento in vitro que apresentaram respostas diferentes quando inoculadas nas plantas. 

Confira o estudo na íntegra aqui.


 

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