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Etanol 2G promete mais competitividade que tradicional

Baixo custo de matéria-prima e incremento da produção



Foi apresentado nesta terça-feira (18.03) em São Paulo o “etanol 2G”, que promete um custo mais baixo de matéria-prima e um incremento de até 45% na capacidade de produção. Produzido a partir da palha ou do bagaço de cana-de-açúcar (material que seria descartado pelas usinas tradicionais), o combustível já está sendo testado em motores da Mercedes Benz na Europa.


A novidade estará no Brasil ainda em 2014, através da empresa GranBio, que inaugura a primeira usina do tipo em Alagoas, com capacidade de produzir 82 milhões de litros. De acordo com o gerente da Clariant, Martin Mitchell, “quatro a cinco toneladas de matéria-prima representam algo em torno de uma tonelada de etanol, o que daria para percorrer cerca de 15 mil quilômetros e representaria uma redução de 95% na emissão de CO²”.

O vice-presidente da GranBio, Alan Hitner, afirma que “estamos vivendo uma nova revolução industrial. Se na primeira nós colocamos as máquinas para trabalhar pelos homens, agora estamos colocando os microorganismos para fazer esse papel”. “Eu diria que aprendemos a domesticá-los a nosso favor. Eu considero, hoje, que o açúcar é o novo petróleo", disse ele referindo-se ao processo de fabricação do etanol 2G com a utilização de enzimas.

Segundo Hitner, o Brasil tem condição de liderar essa agenda de biotecnologia. A ideia é deixar o combustível mais competitivo do que o etanol de 1ª geração – que custa, em média, US$ 0.85 por litro. "E eu posso garantir que já estamos conseguindo isso", frisou o vice-presidente da GranBio durante o Seminário Internacional de Biocombustíveis, realizado essa semana na capital paulista.


José Pradella, pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), pede a criação de uma política que regulamente o setor. "Se empresas de todo o mundo estão vindo para cá em busca dessa tecnologia, é óbvio que o governo precisa criar uma política de regulamentação. Isso é uma riqueza nacional. E isso precisa ser feito logo, em no máximo quatro ou cinco anos¨, observou.  

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