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EUA exigem “sanidade”

As exigências são muitas, principalmente no que se refere à saúde animal


As exigências feitas pelos estrangeiros são muitas, principalmente no que se refere à saúde animal

O presidente da Associação Brasileira da Indústria e Exportadora de Carne Suína, Paulo Camargo, comemorou a aprovação das norte-americanas para a aquisição dos produtos brasileiros, abrindo o mercado para o setor nacional. Ele disse que o primeiro obstáculo a ser superado pelos brasileiros é obter a aprovação da “sanidade” pelos estrangeiros.


A decisão dos norte-americanos foi anunciada há dez dias pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), que reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne suína e autorizou a habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina para exportação de carne suína in natura para o país.

Camargo disse anteontem que as exigências feitas pelos estrangeiros são muitas, principalmente no que se refere à saúde animal. Segundo ele, os norte-americanos têm dificuldade de entender o processo de vacinação contra a febre aftosa feito no Brasil. A vacina é vista por eles como um risco e não como uma segurança. A doença é rara em suínos.

“Quando vacinamos, eles [os norte-americanos] falam que estamos com medo da aftosa, então já não [querem mais] comprar [a carne brasileira]. Eles dizem assim: 'Aqui [nos EUA] nós não vacinamos, não tem o vírus da aftosa estamos tranquilos há muitos anos'”, explicou Camargo. “Eles [os norte-americanos] só aprovaram [a carne] de Santa Catarina que não é vacinada.”

Apesar das dificuldades, Camargo está otimista. De acordo com ele, a tendência é aumentar a exportação da carne suína brasileira. “O mercado tem muito a crescer. As exportações são pequenas e concentradas em poucos países. Nosso objetivo é exportar para outros países, como o Japão, que é o maior importador mundial, com 1,2 milhão de toneladas”, disse.


Em defesa à qualidade da carne suína nacional, Camargo disse que foram feitas três pesquisas de opinião para verificar o que pensa o consumidor brasileiro. Segundo ele, o resultado mostra que a carne suína é a “mais saborosa”.

“Antes, havia um preconceito de que a carne era suja e gordurosa e aumentava o colesterol. Na última pesquisa, a população percebeu que é uma carne de granja [tratada com qualidade]”, disse Camargo.

SUCO

Amostras de suco de laranja importado de cinco países têm níveis seguros do fungicida carbendazim, informou o FDA (agência dos EUA responsável por monitorar alimentos e medicamentos, equivalente à Anvisa). A agência, entretanto, não fez nenhuma menção a amostras de suco do Brasil, que responde por cerca de metade de todas as importações dos EUA.

O FDA afirmou que 19 das 45 amostras coletadas contêm níveis seguros de carbendazim. Outras 26 amostras ainda estão sendo analisadas. Os níveis de carbendazim do Canadá, México, Honduras, Costa Rica e Belize foram considerado aceitáveis nos testes.

A agência, que passou a testar todo o suco de laranja de outros países, diz que pode bloquear as importações com níveis acima de 10 partes por bilhão (ppb). A União Europeia, principal importador de suco do Brasil, permite níveis de até 200 partes por bilhão de carbendazim. Os testes de suco foram iniciados nos EUA depois de a Coca-Cola ter encontrado carbendazim no suco do Brasil, maior exportador global.

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