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Europa retoma negociação de carne

Nova missão da União Européia virá ao país em março para discutir importação de carne


Uma nova missão da União Européia virá ao país no mês de março para discutir sobre importação de carne

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, disse que o Brasil pode desistir de abrir um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia caso os pleitos do setor sejam atendidos. "Depois que o governo brasileiro divulgou sua intenção de ir à OMC contra a região, eles resolveram negociar. E parece que as negociações estão caminhando", afirmou em coletiva de imprensa.


O Brasil quer retomar a responsabilidade de elaborar as listas primárias de estabelecimentos credenciados a exportar carne bovina à região, que depois seriam auditados por técnicos europeus. Segundo Camardelli, nas últimas reuniões as autoridades da região deram o aval para que o processo seja novamente liderado pelo Brasil. Entretanto, ainda falta a publicação da flexibilização das regras, de acordo com os novos parâmetros a serem estabelecidos pela União Europeia. Uma missão da região virá ao país em março para discutir o assunto.

"Até janeiro de 2008, quando uma nova versão do Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) começou, tínhamos 26 mil propriedades credenciadas, com um rebanho de 26 milhões de cabeças. Hoje, são duas mil propriedades, com 4,3 milhões de cabeças", informou o presidente da Abiec. Para 2012, a entidade aguarda um número mais "palatável" de estabelecimentos credenciados, com consequente aumento da oferta de animais.

COMPRA

Em 2011, a União Europeia comprou 109,49 mil toneladas de carne bovina brasileira, queda de 10,08% ante 2010, quando os embarques totalizaram 121,76 mil toneladas, parte influenciada pelo agravamento da crise. Em receita, porém, houve alta de 21,82%, para US$ 836,385 milhões, devido ao aumento de 35,47% dos preços médios pagos pela região, de US$ 7.638/tonelada.

O preço é o maior de toda a série histórica da Abiec, que se inicia em 1996. "O aumento do valor pago por eles é reflexo do mix de cortes vendidos e também a uma menor oferta disponível, por conta da diminuição dos estabelecimentos credenciados. Mas prevaleceu a qualidade de nosso produto", disse Camardelli.

CRESCIMENTO

A receita cambial com exportação de carne bovina apresentou aumento de 11,65% em 2011, passando de US$ 4,814 bilhões em 2010 para US$ 5,375 bilhões, impulsionada pelo crescimento de 25,17% nos preços médios do produto no período, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (17) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O preço da tonelada subiu de US$ 3.913 para US$ 4.898 de 2010 para 2011.


Em volume, entretanto, houve queda de 10,80%. Os embarques totalizaram 1,097 milhão de toneladas (t.) em 2011, em comparação com 1,230 milhão de t em 2010. A Abiec informa que os resultados ficaram em linha com o esperado inicialmente (receita cambial de US$ 5,3 bilhões e queda de 10% em volume).

Por tipos de carne, o segmento in natura liderou os embarques com receita de US$ 4,167 bilhões, representando alta de 7,98%. No entanto, em volume houve queda de 13,76%, com embarque de 819 mil t. Esse volume representou 75% do total exportado em 2011. O segmento de carne industrializada, em volume, ficou com participação de 10%, enquanto miúdos representou 9% e tripas, 6%.

Em termos de receita cambial, carne in natura representou 78%, industrializada 12%, tripas e miúdos 5% cada. Por região, em volume, Oriente Médio e norte da África lideraram com 32%; Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, juntos, ficaram com 22%; Ásia, 19%; América Latina e Caribe, 11%; União Europeia, 10%; e África, 3%.

Em faturamento, Oriente Médio e norte da África participaram com 31%, seguidos de Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, que juntos representaram 20%; União Europeia, 16%; Ásia, 15%; e América Latina e Caribe, 12%.

Os principais destinos, em volume, foram: Rússia (22%), Hong Kong (17%), Irã (12%), União Europeia e Egito (10% cada). Já em termos de faturamento, os principais destinos foram: Rússia (20%), União Europeia (16%), Hong Kong e Irã (13% cada) e Egito (8%).

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