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Expansão da área garante safra brasileira de grãos em 160 milhões de toneladas

Centro-Norte do país é o que mais avança em produtividade


Relatório elaborado pela Expedição Safra sobre a produção de soja e milho foi apresentado nesta quinta-feira (05) durante o Fórum do Trigo em Londrina. Diagnóstico aponta que Centro-Norte do país é o que mais avança em produtividade
 
O Sul do país registrou no ciclo 2011/12 a segunda pior seca da década. A estiagem começou a afetar as lavouras de soja em novembro do ano passado e causou uma quebra de 26% da safra de soja. O prejuízo soma R$ 6,6 bilhões nas lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
 
Esses dados foram apresentados por Giovani Ferreira, coordenador da Expedição Safra, durante o Fórum do Trigo, em Londrina (PR), que contou com a presença o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Caio Rocha, o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, entre outras autoridades do agronegócio.
 
Os números são resultado do levantamento técnico-jornalístico realizado pela Expedição nos últimos sete meses, nas etapas de plantio e colheita dos 12 principais estados produtores de soja e milho do país. Segundo o estudo, o Brasil aumentou sua área de soja em 4,7% e de milho em 10,6% e deve fechar esse ciclo com a produção de 68,99 milhões de toneladas e 36,14 milhões de toneladas, respectivamente.


Em sua 6ª temporada, o projeto percorreu 28 mil quilômetros por lavouras brasileiras na fase de colheita. O estudo, que resulta no Indicador Brasil, revelou que a queda da produtividade ocorreu em nove dos 12 estados visitados. No Sul, a Expedição apurou que as perdas se aproximam de 10 milhões de toneladas entre milho e soja. Diante da influência climática, o Paraná, por exemplo, irá colher 11,28 milhões de toneladas de soja e vai amargar uma quebra de 3,6 milhões de toneladas na produção.
 
Destaque na produção
 
 A estimativa da Expedição Safra é que serão colhidas 105 milhões de toneladas, entre soja e milho, neste verão. As regiões que se destacam neste ciclo são o Centro-Norte, onde estão localizados os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e o Centro-Oeste, mais especificamente o Nordeste e Norte de Mato Grosso. Juntos, esses estados vão produzir 4,2 milhões de toneladas de soja e milho a mais em comparação com a temporada passada.


 

Segundo Ferreira, a variável clima dificilmente age de forma linear e, apesar de bolsões de seca nesses estados, a produção na região irá reduzir o impacto da quebra no Sul. “Essa é a nova fronteira agrícola da produção de grãos. Apesar da falta de infraestrutura, a região tem uma localização estratégica e o grande segredo da expansão é o consumo do mercado interno, principalmente do Nordeste”, afirma o coordenador da Expedição.
 
Quem mais chama a atenção em termos de produtividade é o Mato Grosso. Apesar do clima instável, com muitas chuvas em determinadas regiões e estiagem em outras durante a safra, o estado vai colher 22 milhões de toneladas de soja, o dobro do Paraná, segundo maior produtor brasileiro.
 
O Vale do Araguaia, região no Nordeste do estado e que até poucos anos atrás tinha apenas imensas áreas de pastagens, está sendo dominada pelas lavouras de soja. Em pouco tempo, a área de cultivo da oleaginosa quase dobrou na região. O potencial para agricultura é de três milhões de hectares. 




Cenário
 
O Rio Grande do Sul foi o estado que mais sofreu os efeitos do La Niña. A seca drástica comprometeu a produção e. causou, na comparação com o ano passado, uma queda de produtividade de 27,5% na produtividade de soja nas lavouras gaúchas. Quando se fala em milho, o prejuízo é maior ainda, a queda de rendimento foi de 42% frente à temporada passada.
 
Apesar da quebra na safra no Sul do país e do prejuízo no bolso dos agricultores, o atual cenário não causa preocupação no campo. De acordo com Luana Gomes, analista de mercado da Expedição Safra, o setor vem de duas temporadas de bons resultados e, por esse motivo, os produtores estão capitalizados. Diante disso, as perdas financeiras sofridas neste verão não devem limitar investimentos nas próximas safras.
 
O coordenador da Expedição afirma que apesar dos estragos causados pela seca no Sul do país, a safra 2011/12 será razoável e a rentabilidade será boa diante dos preços que atualmente estão sendo praticados pelo mercado. Segundo ele, a área brasileira deve crescer ainda mais na temporada 2012/13. “Diante do levantamento realizado este ano acreditamos que a produção vá crescer, o consumo deve se manter aquecido, mas os preços vão sofrer uma redução por causa da safra americana, que irá bater recordes”, explica Ferreira. 

 


China:
 
 Como último roteiro, o projeto ainda visitará a Ásia neste ciclo. O objetivo é explorar a produção e as tendências de consumo da China. “Apesar da importância enquanto mercado consumidor, o país ainda é um grande desconhecido do agronegócio brasileiro”, afirma o coordenador da Expedição. A China é o maior importador mundial e o principal comprador da soja brasileira. “Na safra atual eles devem buscar no mercado internacional algo em torno de 60 milhões de toneladas de soja”, relata Ferreira.
 

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