Exportação de milho preocupa setor e pressiona preços
Lentidão tem pressionado os preços internos

A lentidão nas exportações de milho no Brasil tem pressionado os preços internos. Apesar de uma leve alta no preço internacional (média de US$ 4,13/bushel em setembro), o cereal brasileiro está barato para quem vende e caro para quem compra, conforme relatório da CEEMA.
Entre fevereiro e setembro, apenas 17 milhões de toneladas foram embarcadas, muito abaixo das 40 milhões previstas pela Conab e das 50 milhões necessárias para aliviar os estoques. No acumulado do ano, as exportações somam 24 milhões de toneladas, contra 37 milhões em 2024 e o recorde de 56 milhões em 2023.
O preço médio no Rio Grande do Sul ficou em R$ 61,91/saca, com variações entre R$ 47,00 e R$ 64,00 nas demais regiões. Os compradores estão estocados e retraídos, o que tira força do mercado e agrava o desequilíbrio.
O plantio do milho de verão avança no Centro-Sul e atinge 32% da área prevista. A estimativa é de produção de 25,6 milhões de toneladas nesta etapa, segundo AgRural e StoneX. No total, a demanda doméstica deve passar de 91 milhões de toneladas em 2025, impulsionada pela produção de etanol.
Nos primeiros 20 dias de setembro, o Brasil embarcou 6,6 milhões de toneladas, mas a Anec estima que o total mensal fique em 7,3 milhões. O preço médio da tonelada exportada subiu para US$ 199,70. Mesmo assim, não é suficiente para descomprimir o mercado.
A situação é considerada atípica e pode se agravar na virada do ano, com possibilidade de novos recuos nos preços. O setor acompanha com atenção o ritmo das exportações e a evolução da demanda interna.