Exportações à China serão importantes para equilibrar oferta de boi
Adiamento reduziu a pressão sobre o contrato futuro de dezembro
Foto: Divulgação
Na curva futura, o preço médio da arroba para 2026 foi de R$ 333,10 em 12 de dezembro, alta de 6% em relação a 2025. A expectativa é de moderação gradual da oferta ao longo do próximo ano. Nos próximos meses, a tendência é de aumento da oferta de bois de pasto e entrada do período sazonal de descarte de fêmeas, reforçando a importância da normalidade das exportações para o equilíbrio dos preços.
“A manutenção do fluxo de exportações de carne bovina para a China nos próximos meses será fundamental para evitar pressão sobre as cotações do boi gordo, em um cenário de oferta confortável no curto prazo”, afirma Cesar de Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA.
A China adiou de novembro para janeiro a decisão sobre o processo de investigação de salvaguarda, tema relevante para o Brasil, principal fornecedor do mercado chinês, e para outros países exportadores. O adiamento reduziu a pressão sobre o contrato futuro de dezembro. Com o mercado físico estável, os vencimentos mais curtos seguem sem espaço para altas além dos níveis atuais.
A relação entre os preços da carne e do boi indica algum espaço para avanço das cotações no curto prazo. No entanto, a oferta elevada limita movimentos mais consistentes. Dados preliminares de abates sob inspeção federal (SIF) em novembro indicam manutenção do ritmo forte observado em setembro e outubro.
As margens projetadas para os confinamentos seguem positivas, considerando os preços futuros do boi e os custos de ração. O principal ponto de atenção é o encarecimento do boi magro, diante da maior dificuldade de reposição. Para o bezerro, a expectativa é de continuidade da valorização, com oferta restrita e maior pressão sobre a recria e a engorda.