Exportações de café caem 21,7% em volume, mas receita cresce com preços elevados
Resultado positivo se deve aos elevados preços
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Apesar da queda nas exportações em volume, o Brasil registrou alta de 11,6% na receita com café na safra 2025/26. Segundo o Cepea, preços elevados compensaram redução nos embarques, especialmente aos EUA.
As exportações brasileiras de café na safra 2025/26 registram uma combinação incomum: queda expressiva no volume embarcado, mas crescimento na receita. De acordo com dados divulgados pelo Cepea, entre julho e novembro, foram exportadas 17,435 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma retração de 21,7% frente ao mesmo período da temporada anterior.
Apesar do recuo nos embarques, os valores obtidos pelo Brasil no mercado internacional cresceram. A receita gerada no período somou US$ 6,723 bilhões, um avanço de 11,6% na comparação com os cinco primeiros meses da safra passada. O resultado positivo se deve, segundo o Cepea, aos elevados preços internacionais do grão.
O Centro de Pesquisas aponta que a principal causa para a redução no volume exportado foi a queda nos envios para os Estados Unidos, tradicionalmente o maior comprador do café brasileiro. O recuo foi motivado pela imposição de tarifas às importações de produtos do Brasil, em vigor de agosto até a segunda quinzena de novembro de 2025.
Outro fator limitante para o desempenho das exportações foi a baixa disponibilidade do produto no mercado interno. Conforme o Cepea, a oferta restrita de café nacional, combinada à demanda internacional mais fraca — impactada pelos altos preços —, contribuiu para o menor volume escoado no período.
A alta dos preços, por outro lado, refletiu diretamente no aumento da receita. Embora as vendas tenham sido menores, o valor médio por saca exportada subiu, sustentando os ganhos do setor e demonstrando a resiliência da cadeia cafeeira brasileira mesmo em um cenário adverso.