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Exportações de milho caem 65% no Maranhão

Armazenagem insuficiente preocupa produtores do MA


Foto: Divulgação

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, na edição de setembro do Boletim Logístico, divulgou na segunda-feira (29), que o transporte de cargas no Maranhão em agosto foi marcado pela entressafra da soja, o que prejudica as ofertas de fretes rodoviários para o Porto do Itaqui e para o Terminal Ferroviário de Porto Franco.

Por outro lado, a colheita do milho resultou em forte inserção do grão no sul do estado, principalmente para a biorrefinaria de etanol da Inpasa, em Balsas. “Com menores deslocamentos, os preços dos fretes apresentaram uma redução de nível”, registrado no boletim. A unidade processou até dois milhões de toneladas de milho e sorgo para a produção de etanol, DDGS e óleo vegetal, alterando o destino da produção local e reduzindo o fluxo de exportações pelo Itaqui. Também houve envio de cereais para granjas e indústrias do Nordeste, em estados como Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

De acordo com dados do Comex Stat, em agosto as exportações de soja do Maranhão somaram 531,77 mil toneladas, queda de 32,64% em relação a julho, reflexo da menor oferta no período. Em comparação com agosto de 2024, porém, houve alta de 5,93%, resultado do crescimento da safra 2024/25. Os embarques foram feitos pelos portos de São Luís (Itaqui) e Salvador, com destino à China, Espanha, Tailândia, Reino Unido e Vietnã.

No caso do milho, o Maranhão teve participação menor nas exportações nacionais em agosto de 2025. Foram embarcadas 70,97 mil toneladas, redução de 65,67% frente ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Conab, o recuo está relacionado ao maior direcionamento das vendas ao mercado interno. As remessas são feitas pelo porto do Itaqui, com destino ao Egito, Holanda, Irlanda e Espanha.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) destacou que o redirecionamento das principais commodities para o Arco Norte se intensificou, sobretudo na última semana de agosto. Entre os dias 24 e 30, o Itaqui respondeu pelo embarque de 343 mil toneladas de soja em grãos, volume equivalente a 21,10% do total exportado pelo país no período, o que lhe conferiu a posição de principal porto exportador nacional da commodity.

Apesar da movimentação elevada, a Anec ressaltou que “a logística portuária fluiu de forma organizada”. O desempenho do Itaqui acompanha o avanço da produção agrícola brasileira e o aumento da demanda internacional por grãos. O governo estadual também investe na infraestrutura, com a pavimentação de trechos da rodovia em Tasso Fragoso e o início das obras de 31 km na Transpenitente (MA-006). Produtores locais anunciaram a execução de mais 30 km de pavimentação, em parceria com o governo.

O boletim ainda informou que, diante das safras sucessivas, a limitação da capacidade de armazenamento segue como um desafio. A falta de estruturas próprias nas propriedades rurais mantém a dependência de armazéns públicos e privados, consideradas insuficientes para atender ao crescimento da produção e à necessidade de melhor gestão logística.

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