Exportações do agro recuam em novembro, mas soja e carne bovina mantêm ritmo de alta
Na pecuária, a carne bovina in natura manteve desempenho expressivo
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As exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 13,4 bilhões em novembro de 2025, conforme dados divulgados pela consultoria Itaú BBA. O valor representa uma queda de 13% em relação a outubro, mas ainda um avanço de 6% frente ao mesmo mês do ano anterior. A retração mensal foi puxada principalmente pela desaceleração no volume de embarques de etanol, carnes e milho, apesar do desempenho positivo da soja e da celulose.
O complexo soja liderou as vendas externas no mês, com destaque para o grão, que teve embarques de 4,2 milhões de toneladas — um crescimento de 64% na comparação anual. A estabilidade no preço médio (US$ 435,5/t) favoreceu o aumento da receita, que atingiu US$ 1,83 bilhão. Já o farelo de soja apresentou alta modesta de 2,5% no volume exportado, mas com preços em queda de 18% em relação a novembro de 2024.
Na pecuária, a carne bovina in natura manteve desempenho expressivo. Foram 318,5 mil toneladas embarcadas, com aumento de 40% no volume frente ao mesmo mês do ano anterior. A receita somou US$ 1,75 bilhão, sustentada por um preço médio de US$ 5.508,8/t — 13% acima do registrado em novembro de 2024. Em contrapartida, houve queda nas vendas de carne de frango (-6,5% em volume) e de carne suína (-14%), ambas impactadas por menor demanda internacional.
O setor sucroenergético registrou retração em quase todos os seus segmentos. As exportações de etanol caíram 38% em volume e 32% em receita, mesmo com alta de 10% no preço médio (US$ 654/m³). O açúcar VHP teve queda de 4% em volume e 21% nos preços, enquanto o açúcar refinado cresceu 13% em embarques, mas com preços 22% mais baixos que no ano anterior.
Entre os cereais, o milho apresentou um avanço tímido de 6,4% no volume exportado, totalizando 5 milhões de toneladas. No entanto, a queda de 23% na receita mensal indica impacto da menor demanda e da alta concorrência internacional. O preço médio ficou em US$ 215,4/t, com ligeira alta de 5,5%.
Outro destaque positivo foi o algodão, com crescimento de 34% nos embarques em relação a novembro de 2024. A celulose também apresentou bom desempenho, com alta de 14% no volume exportado, totalizando 1,85 milhão de toneladas. Em contrapartida, o café verde registrou queda de 26% nos volumes e de 9% na receita.
No comércio bilateral, os Estados Unidos voltaram a registrar crescimento nas compras do agronegócio brasileiro após a retirada de tarifas de importação para diversos produtos, como carne bovina, café, frutas e sucos. Mesmo assim, o setor agro ainda acumulou queda de 57% nas vendas para os EUA em relação a novembro de 2024, com receita de US$ 643 milhões. A expectativa, segundo o Itaú BBA, é de recuperação gradual dos embarques nos próximos meses com a consolidação da isenção tarifária.