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Exportações gaúchas recuam 23% no semestre

Os setores que mais contribuíram para que a pauta exportadora tivesse perdas expressivas no primeiro semestre de 2009 foram Máquinas e Equipamentos


A retração da demanda internacional, que atingiu em cheio as indústrias gaúchas no primeiro semestre de 2009, já apresenta alguns indícios de melhora. Apesar do acentuado recuo de 23% nas exportações do setor no acumulado do ano, em comparação ao ano passado, junho fechou positivo e registrou um crescimento de 6% nos embarques, ante o mesmo mês de 2008. "Ainda é um resultado tímido e pontual. Mas, já são indícios de uma possível mudança no quadro recessivo. No próximo mês poderemos verificar se essa tendência de recuperação será mantida", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, ao avaliar o resultado da balança comercial.

De janeiro a junho, em comparação com 2008, as exportações totais do Estado foram de US$ 6,7 bilhões e o setor industrial respondeu por 80% destes embarques. Nesta base de comparação, a desaceleração no ano atingiu 19%, a maior desde 1999, e representou R$ 1,8 bilhão a menos na economia. Com esta performance, o Rio Grande do Sul continua garantindo a terceira posição entre os exportadores brasileiros, com uma participação de 9,2% na pauta nacional.

Os setores que mais contribuíram para que a pauta exportadora tivesse perdas expressivas no primeiro semestre de 2009 foram Máquinas e Equipamentos (-35%), Alimentos e Bebidas (-25%), Couro e Calçados (-39%) e Química (-29%) e Material de Transporte (-48%). Juntos, eles responderam por 52% das exportações industriais gaúchas. Ficaram positivos apenas Refino de Petróleo (25%) e Fumo (18%).

Entre os principais destinos dos produtos gaúchos, no acumulado do ano, a China lidera o ranking. Em relação a 2008, o país asiático elevou em 49% seus pedidos, principalmente de grãos de soja e plástico, somando US$ 1,2 bilhão. "Com o aprofundamento da crise internacional, a China manteve um perfil de crescimento mais voltado para o mercado interno, de modo que a demanda por commodities e insumos continuou aquecida. Além disso, os indicadores econômicos mostram que o País pode ser o primeiro a superar a crise", comentou o industrial.

A segunda posição foi ocupada pelos Estados Unidos, que adquiriram 27% a menos de mercadorias, com destaque para calçados. Já a Argentina diminuiu seus pedidos em 38% e garantiu a terceira posição. Os produtos mais solicitados pelo país vizinho foram plásticos e tratores. Por outro lado, as importações industriais desaceleraram 44% no primeiro semestre de 2009, ante mesmo período de 2008.

Os segmentos que compraram menos foram combustíveis e lubrificantes (-62%%) e matérias-primas e produtos intermediários (-48%). No entanto, bens de capital e de consumo não duráveis expandiram 10%, com destaque para máquinas e equipamentos e material de transporte. "O crescimento nas compras de bens de capital, indicando novos investimentos, reflete um maior otimismo dos empresários", comentou Tigre.

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