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Falta de acordo EUA-China e La Niña moldam perspectivas da soja

Cenário internacional segue indefinido com dólar firme


Foto: United Soybean Board

O mercado da soja encerrou a semana com comportamento lateralizado, influenciado por fatores climáticos internos e instabilidades no cenário internacional. A análise da Grão Direto aponta que, mesmo com leve oscilação nos contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado físico brasileiro manteve-se estável, sustentado por prêmios portuários ainda elevados.

Na CBOT, o contrato para agosto de 2025 registrou leve valorização de 0,52%, fechando a US$ 9,67 por bushel. Já o vencimento para março de 2026 teve queda marginal de 0,10%, encerrando a semana a US$ 10,22 por bushel. No câmbio, o dólar recuou 1,98%, sendo cotado a R$ 5,44, apesar da alta de mais de 1% no Índice Dólar (DXY), que refletiu o movimento global em busca de ativos de segurança.

Internamente, o avanço do plantio foi favorecido pelas chuvas regulares no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso. No Sudeste, o ritmo permaneceu lento, restrito a áreas irrigadas, enquanto o Sul já sente os primeiros efeitos do La Niña, com previsão de estiagens e ondas de calor. A condição climática deve seguir como fator-chave para o desenvolvimento das lavouras nas próximas semanas.

No cenário internacional, o mercado segue atento às possíveis compras chinesas de soja norte-americana. Embora os rumores não tenham se confirmado, a expectativa gira em torno das reuniões comerciais entre Estados Unidos e China, marcadas para este fim de semana na Malásia. A falta de acordo formal pressiona os fundos especulativos a adotarem posturas mais defensivas, o que pode gerar volatilidade adicional.

Para novembro, a projeção indica possibilidade de queda nos preços na CBOT, entre US$ 9,80 e US$ 10,00 por bushel, especialmente se as condições climáticas se mantiverem favoráveis na América do Sul e não houver avanço nas negociações comerciais. Historicamente, os meses de outubro e novembro registraram recuo nos preços em 9 dos últimos 15 anos.

Com um La Niña de intensidade considerada fraca, a tendência é de produtividade nacional positiva, mas com forte variabilidade regional. A orientação técnica para os produtores é redobrar a atenção ao calendário de plantio e adotar estratégias regionais de mitigação para reduzir riscos climáticos.

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