Falta de chuva desacelera plantio da soja no RS
RS mantém monitoramento da ferrugem-asiática na soja
Foto: USDA
A semeadura da soja no Rio Grande do Sul avançou de forma lenta até o dia 7 de dezembro em razão da restrição hídrica no solo, conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (11). Segundo o boletim, temperaturas elevadas, baixa umidade e irregularidade das precipitações comprometeram os trabalhos de campo e o estabelecimento das áreas implantadas mais tardiamente, sobretudo aquelas conduzidas em solo seco. Até o momento, 76% da área projetada foi semeada no Estado.
De acordo com a Emater/RS-Ascar, “a semeadura avançou apenas em áreas beneficiadas por precipitações esparsas registradas em 30 de novembro”, enquanto parte dos produtores optou por antecipar o plantio mesmo em condições adversas, projetando a ocorrência de chuvas nos dias 8 e 9 de dezembro. O relatório aponta que essa estratégia elevou a variabilidade no estabelecimento das lavouras.
As áreas semeadas até 15 de novembro apresentam estande considerado satisfatório e desenvolvimento vegetativo compatível com a fase inicial da cultura. Já nas lavouras implantadas posteriormente, a emergência ocorre de forma desuniforme, com sementes em diferentes estágios fisiológicos no mesmo talhão, o que tende a ampliar a variabilidade intralavoura. Produtores com acesso à irrigação suplementar acionaram os sistemas para reduzir riscos de perdas iniciais.
Até o momento, não há registro de pragas ou doenças em níveis que exijam intervenção. No entanto, a Emater/RS-Ascar alerta que “a presença de esporos de ferrugem-asiática já foi detectada em pontos do Noroeste do Estado”, o que reforça a necessidade de monitoramento constante das lavouras.
Para a safra 2025/2026, a projeção da Emater/RS-Ascar indica cultivo de 6.742.236 hectares no Rio Grande do Sul, com produtividade média estimada em 3.180 kg por hectare.
Na região administrativa de Ijuí, o índice de semeadura alcança 83%, embora os trabalhos estejam suspensos. As lavouras implantadas mais cedo apresentam densidade adequada, porém com sinais de estresse térmico nos horários de maior insolação. Nas áreas semeadas após 15 de novembro, observa-se emergência bastante irregular, evidenciando elevada variabilidade no estabelecimento inicial.
Em Passo Fundo, a área implantada permanece em 80%, com lavouras em germinação e desenvolvimento vegetativo inicial. Segundo o informativo, “as condições térmicas e de radiação foram favoráveis, sem registro de anomalias relevantes no estabelecimento”.
Na região de Pelotas, a semeadura está praticamente paralisada, com 72% da área implantada. As chuvas foram pontuais e insuficientes para retomar o plantio, resultando em desenvolvimento limitado e murchamento pontual das plantas nos períodos de maior radiação, embora haja capacidade de recuperação após precipitações.
Em Santa Maria, a sequência de dias secos mantém a semeadura interrompida, e o avanço do plantio está abaixo do padrão histórico, que normalmente atingiria cerca de 85% nesta época. As lavouras mais recentes demonstram sensibilidade à falta de água.
Na região de Santa Rosa, 73% da área está semeada. Plantios precoces próximos ao Rio Uruguai iniciaram o florescimento, representando menos de 1% da área. Após as chuvas de 30 de novembro, parte dos produtores retomou temporariamente a semeadura, mas a rápida perda de umidade do solo interrompeu novamente as operações a partir de 4 de dezembro.
Em Soledade, a área semeada segue em 88%, com atrasos no Baixo Vale do Rio Pardo. Alguns produtores avançaram com o plantio mesmo em solo seco, enquanto outros aguardam chuvas. O boletim destaca que as lavouras implantadas apresentam germinação e estande adequados, e o desenvolvimento vegetativo inicial ocorre dentro da normalidade, sem sinais relevantes de estresse hídrico.