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Falta de medicamentos exclusivos para búfalos provoca óbito

“Há bulas de produtos que indicam segurança para serem aplicados em búfalos, mas comprovamos que estão provocando morte entre os animais”, declara a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado


Um dos perigos que os criadores de búfalos enfrentam é a falta de medicações exclusivas para a espécie. Para piorar a situação, as dosagens dos fármacos são as mesmas indicadas para bovinos e estão prejudicando os animais, inclusive com óbitos em algumas propriedades no Rio Grande do Sul. “Há bulas de produtos que indicam segurança para serem aplicados em búfalos, mas comprovamos que estão provocando morte entre os animais”, declara a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Maria Cecília Damé. Ela confirma que os organofosforados e os antibióticos ionósforos são os que representam maior risco. “Já foram publicadas pesquisas em revistas especializadas mostrando o risco de letalidade destes medicamentos”, acrescenta Cecília.

Os testes iniciais demonstram que a diferença entre o couro do bovino e do búfalo favorece os óbitos. Segundo a pesquisadora, os búfalos adultos apresentam apenas 10% dos pelos dos bovinos, o que favorece que o produto aplicado no lombo (pour on) seja absorvido mais rapidamente e prejudique o animal. Os sintomas da intoxicação aparecem em até 90 dias e são anorexia, paralisia, depressão, diarreia, desidratação intensa e, posteriormente, a morte. “Quando atinge o sistema nervoso central do animal, não há como remediar. A única solução é esperar se o búfalo consegue se recuperar”, afirma a pesquisadora da Embrapa.

Cecília destaca que o risco é maior em fármacos veterinários que contêm o princípio ativo Clorpirifós, com a possibilidade de 22,6% de mortalidade entre os animais. “Oriento aos criadores de búfalos que não utilizem medicamentos com este princípio ativo, pois são muito perigosos”, salienta a pesquisadora. Ela acrescenta que a abamectina, que tem a função de combater parasitas, também representa riscos ao criador. Cecília aconselha ao criador que tiver problemas com estes medicamentos a lavar o animal com água e sabão se a aplicação for cutânea, lavagem gástrica se o uso for por via oral e forneça muita água e uma alimentação à base de fibra para combater a desidratação do búfalo.

Melhoramento genético:

Atualmente há poucos estudos para melhorar a genética bubalina. Um dos trabalhos vem sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), localizada em Uruguaiana (RS). O objetivo principal é aumentar o volume e a qualidade do leite produzido pelas búfalas e a qualidade da carne da espécie. De acordo com a pesquisadora da Unipampa, Anália Garnero, são avaliados o fenótipo, o genótipo e as condições do ambiente para verificar se o exemplar apresentará um padrão de qualidade.

E para chegar a um resultado, Anália ressalta que as informações dos criadores como o registro genealógico, sexo, regime alimentar, data de nascimento e peso ao nascer são fundamentais. “Quanto mais informações, maiores são as chances para atingir dados concretos”, salienta a pesquisadora da Unipampa. Ela acrescenta ainda que é possível avaliar animais de diferentes regiões de animais, para isso basta retirar dos cálculos o item ambiente. As informações são de assessoria de imprensa.

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