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Ferrugem se alastra e já atinge 11 municípios do MS

As intensas chuvas e as variações de temperatura têm favorecido a doença


A ferrugem asiática da soja está se expandido pelos principais pólos produtores do Mato Grosso do Sul e já alcançou 11 municípios, com o registro de 22 ocorrências até essa segunda-feira (01-01), de acordo com o sistema de alerta da Embrapa Soja, de Londrina (PR). A doença chegou a Dourados e três casos foram confirmados, sendo o primeiro no dia 15 e o último no dia 26.

As intensas chuvas na região (somente em Dourados foram mais de 250 milímetros em dezembro) e as variações de temperatura têm favorecido o surgimento de focos desta doença, que já era esperada pelos agricultores e pelos técnicos.

O município de Chapadão do Sul continua sendo o recordista nas ocorrências da ferrugem da soja com oito registros, seguido de Dourados, com três; Naviraí e Sidrolândia, com dois; e com um caso, Laguna Carapã, Aral Moreira, Antônio João, Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Costa Rica e Fátima do Sul.

A ferrugem vinha sendo diagnosticada apenas pelo laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Mas agora o laboratório da Uniderp/Dourados passou a receber, esta semana, amostras de soja para verificar a ocorrência de ferrugem asiática.

O laboratório, que faz parte do curso de Agronomia da instituição, foi credenciado pela Embrapa Soja e passou a integrar oficialmente o Sistema de Alerta do Consórcio Antiferrugem.

Além de diagnosticar a ferrugem, o laboratório irá atualizar o banco de dados do Sistema de Alerta, uma rede de comunicação gerenciada pela Embrapa Soja, de Londrina. O objetivo é informar a assistência técnica pública e privada sobre problemas detectados durante a safra; orientar quanto a possíveis soluções; e captar, entre os agentes de transferência, como é o caso da Uniderp/Dourados, informações sobre o desempenho da safra nas várias regiões produtoras.

Segundo a professora e agrônoma Ana Cristina Ceolin, as amostras devem ter em média 20 folhas e o produtor deve informar dados importantes como cultivar, data do plantio, estágio de desenvolvimento da lavoura, área plantada, entre outras informações relevantes para o monitoramento da doença.

A análise é realizada mediante a entrega de cinco quilos de alimentos não perecíveis no momento do envio da primeira amostra de cada produtor, os quais serão distribuídos, no final da safra, para entidades beneficentes.

Custo

Conhecer os custos do controle da ferrugem da soja é de fundamental importância para o produtor, pois sua lucratividade dependerá do maior ou menor número de aplicações de fungicidas utilizados no controle, segundo estudo da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados.

O monitoramento da doença e sua identificação nos estágios iniciais são essenciais para a utilização eficiente do controle químico, devendo ser realizadas vistorias frequentes da lavoura. O monitoramento é recomendado a partir da emissão das primeiras folhas na fase vegetativa, já que ela pode ocorrer nos períodos seguintes.

O custo do controle químico da ferrugem é constituído de duas partes: o da pulverização e do fungicida. Para a estimativa do custo máquina, foram calculados os custos fixos (juros do capital aplicado, depreciação e seguro, relativos a um trator de 86 cv e um pulverizador de 2.000 litros) e os custos variáveis (mão-de-obra, manutenção das máquinas, combustível, lubrificantes, filtros, etc.).O custo máquina de uma pulverização foi estimado em R$ 8,64 por hectare.

Quanto ao custo dos fungicidas, foram levantados os preços dos produtos comercializados na cidade de Dourados, em outubro de 2006. Eles variam, de acordo com as dosagens recomendadas, de R$ 25,40 a R$ 45,00 por hectare. O custo de uma aplicação (máquina + fungicida) fica entre R$ 34,04 e R$ 53,64 por hectare.

Realizando-se apenas uma aplicação de fungicida, a participação do controle da ferrugem no custo de produção varia de 3,7 a 5,7%, correspondendo ao valor de 1,5 a 2,4 sacas de soja por hectare.

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