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Fertilizantes vão seguir subindo?

Recente aumento nos preços dos fertilizantes reduziram um pouco o poder de compra dos produtores


Foto: Divulgação

Nos últimos meses, o preço dos fertilizantes atravessa um momento de volatilidade, porém, em patamares elevados. É o que aponta o relatório trimestral RaboResearch Food and Agribusiness Q3, de Setembro 2021, ao destacar que o preço médio da ureia atingiu USD 471/tonelada em ago./21, 68% maior em comparação a 12 meses atrás.

“Fazendo a mesma analogia, nos últimos 12 meses, o MAP e KCl tiveram valorização de 116% e 188%, respectivamente. Entre outras razões, o aumento da demanda devido aos altos preços das commodities e incertezas na oferta foram essenciais para o encarecimento das cotações. Desde 2020, os elevados preços das commodities vem colaborando na demanda de fertilizantes”, explicam os analistas. 

De acordo com eles, o recente aumento nos preços dos fertilizantes reduziram um pouco o poder de compra dos produtores e pode dificultar nas novas vendas, mas, nada que afete consideravelmente o mercado: “Em paralelo à demanda aquecida, incertezas na oferta global vem afetando as cotações de fertilizantes, especialmente para os fosfatados e potássicos”. 

“No mercado de fosfatado, além do rearranjo entre fornecedores e compradores (após os EUA imporem barreiras tarifárias para empresas marroquinas e russas), na China, a tentativa do governo em garantir o suprimento interno e o retorno das inspeções ambientais podem limitar as exportações chinesas no 2S 2021”, destacam. 

Já para os potássicos, diz o Rabobank, as tensões políticas entre União Europeia/Estados Unidos e Bielorrússia devem direcionar os preços no futuro: “Embora não acreditamos em novas sanções, o mercado ainda deve focar no assunto nos próximos meses. As importações brasileiras de fertilizantes vêm surpreendendo em 2021, indicando o bom momento da demanda. Entre janeiro a agosto 2021, foram importadas 24,5 milhões de toneladas, 17% acima que o mesmo período em 2020”. 

Neste contexto, o Rabobank projeta a demanda brasileira de fertilizantes em 44 milhões de toneladas para 2021, um aumento de 8,4% em relação a 2020. O volume poderia ser ainda maior, mas, problemas logísticos (frete marítimo global e circulação interna de caminhões) ainda geram incertezas com relação à entrega de produtos, especialmente para o último trimestre de 2021.

Como “Pontos de Atenção”, a instituição financeira especializada em agronegócio destaca:

• O mercado global de fretes marítimos passa por um momento desafiador, refletindo em altos preços e atrasos. O problema é mais preocupante para fretes conteinerizados, fato que pode trazer
reflexos na disponibilidade de defensivos (como glifosato e dissecantes) a partir do último trimestre de 2021.

• O Rabobank espera que as cotações de fertilizantes se mantenham firmes, pelo menos até o final de 2021, suportados pela forte demanda e altos preços das commodities.

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