Força aérea contra Aedes Aegypti: “Risco é muito baixo”
Fala piloto de aviação agrícola Silvio Pilau
Piloto há mais de 45 anos, sendo 35 deles dedicados à aviação agrícola, Silvio Antônio Pilau Neto destaca a grande evolução do setor nos últimos anos em questões como tecnologia de aplicação, segurança e proteção. Segundo ele, ao contrário do propalado nos últimos dias, a pulverização aérea de inseticidas para o controle do mosquito Aedes Aegypti em áreas urbanas apresenta um “risco muito baixo”.
“Diferente do ‘fumacê’, que concentra altas dosagens do produto em pequenas áreas, o avião pulveriza com microgotas que praticamente chegam ao solo já evaporadas. Isso diminui drasticamente o risco sem reduzir a eficácia da ação”, explica o especialista. Ele esclarece que “a pulverização é realizada junto ao trabalho das autoridades, que devem deslocar técnicos para informar sobre os cuidados a serem tomados na hora dos voos.”
“Embora o produto utilizado seja o mesmo, a pulverização oferece risco baixíssimo à população. E é mais eficiente porque o avião é adequado para grandes surtos, quando a doença está prestes a ficar fora de controle, pois atinge maiores áreas em menos tempo. Já a eficiência do ‘fumacê’ é mais restrita, por se limitar a áreas localizadas. Em locais nos quais os veículos não conseguem atingir ou que estão acima do alcance do ‘fumacê’, o avião é a solução ideal, pois ataca todos os mosquitos na mesma hora. A pulverização pode atingir até 500 quarteirões em uma hora, tornando o serviço barato. Tudo o que um avião precisa é de um piloto, um técnico auxiliar e um técnico do governo para avisar a população sobre o horário e os cuidados a serem tomados”, sustenta o piloto.
Pilau destaca a importância da utilização desse método: “A contínua dispersão e incremento da incidência do Aedes aegypti é fator de preocupação das autoridades de saúde e da população em geral. Isso requer uma resposta imediata em relação ao controle, e o avião é a solução mais barata e segura para combater o mosquito, pois os pilotos são profissionais altamente capacitados e a pulverização gera resultados comprovadamente eficientes”.
“Acredito que seria muito benéfico à imagem do Brasil. Nossos vizinhos argentinos já estão fazendo esse tipo de controle há tempos e os resultados vêm aparecendo. Essa seria uma forma de mostrar ao mundo que o Brasil está fazendo alguma coisa para proteger os visitantes do Aedes aegypti, trabalhando para evitar nos atletas um surto das doenças provenientes do mosquito durante as Olimpíadas”, conclui.
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