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Forte recuo nas cotações do trigo

O bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (29) em US$ 6,53


Foto: Divulgação

As cotações do trigo, em Chicago, também recuaram fortemente nesta semana. O bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (29) em US$ 6,53, contra US$ 7,39 uma semana antes. Este movimento acompanhou o ocorrido na soja e no milho naquela Bolsa, apesar dos problemas climáticos existentes nos EUA. Porém, houve melhora nas condições das lavouras a serem colhidas. De fato, com a colheita do trigo de inverno, até o dia 25/06, atingindo a 24% da área semeada, contra a média histórica de 33% para esta data, as condições das lavouras, ainda a serem colhidas, chegavam a 40% entre boas a excelentes, outras 32% estavam regulares e 28% entre ruins a muito ruins.

Já as condições das lavouras do trigo de primavera, naquele país, se apresentavam, na mesma data, em 50% entre boas a excelentes, 38% regulares e 12% entre ruins a muito ruins. Pelo sim ou pelo não, o fato é que a iniciativa privada internacional, contrariando o USDA estadunidense, estima que haja uma redução na produção global de trigo ao redor de sete milhões de toneladas, devido às diferentes intempéries regionais. Em isso se confirmando, levaria a um cenário muito mais apertado para os estoques finais mundiais, pressionando os preços do cereal para cima. 

Neste sentido, segundo o serviço de monitoramento de safras da União Europeia, a produção total de trigo da Rússia cairá, neste ano, 17% em relação a 2022, ficando em 86,7 milhões de toneladas, embora ainda esteja 4% acima da média histórica recente. 

Enquanto isso, na Argentina, até o dia 22/06 o plantio do trigo atingia a 58% da área esperada, com a produção local sendo projetada entre 16 e 19 milhões de toneladas segundo os diferentes órgãos privados e estatais.

Já no Brasil os preços se mantiveram estáveis, agora com um leve viés de alta. Porém, a liquidez geral continua baixa, com as atenções voltadas ao plantio do trigo. Até o dia 17/06, segundo a Conab, 60% da área havia sido semeada, enquanto o Rio Grande do Sul indicava 55% semeada até o dia 22/06. O Estado gaúcho espera colher 4,5 milhões de toneladas (cf. Emater) e o Paraná, onde o plantio estaria concluído, se espera igualmente uma colheita ao redor de 4,5 milhões de toneladas.

Por sua vez, em São Paulo, as chuvas não favorecem o trigo, devendo a produção ficar 27% menor do que as 550.000 toneladas esperadas. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 64,74/saco, enquanto no Paraná o preço do cereal oscilou entre R$ 66,00 e R$ 67,00/saco.

Enfim, destaque para a moagem de trigo no Brasil. Segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), em 2022 o país apresentou uma estabilidade em relação ao volume de trigo moído no ano anterior. Foram processadas 12,56 milhões de toneladas do cereal em 144 indústrias. Isso originou, aproximadamente, 8,5 milhões de toneladas de farinha para o mercado. Os principais setores que receberam a farinha de trigo produzida foram o de panificação e pré-misturas (42,6% do total), da indústria de massas (12,5%) e da indústria de biscoitos (10%). São Paulo detém 13% da moagem total do país, através de 15 indústrias. O volume de farinha produzido naquele Estado, em 2022, foi de 1,43 milhão de toneladas, cujas principais destinações foram para panificação e pré-mistura (49,3%), embalagens de cinco quilos (13,4%) e indústria de massas (9%).

A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

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