Franceses podem produzir açúcar com mais pesticidas
Ataques de insetos são uma preocupação
Em meio a preocupações crescentes sobre o aumento do risco de propagação de doenças entre as plantações de beterraba sacarina na França, o Ministério da Agricultura anunciou uma medida controversa permitindo o aumento do uso de pesticidas. A vice-ministra da Agricultura, Pannier-Runacher, declarou que os produtores agora terão permissão para realizar até cinco aplicações do pesticida Spirotetramat, da Bayer CropScience, em comparação com as duas aplicações permitidas anteriormente.
Essa decisão surge em resposta ao alarmante aumento do risco de ataques de insetos portadores de doenças, especialmente devido a um inverno ameno, que cria condições favoráveis para a propagação de doenças, como o amarelo da beterraba. Esta enfermidade, transmitida por pulgões, representa uma ameaça significativa para a produção local de açúcar, com potencial para resultar em grandes perdas de produtividade, como evidenciado pela queda de 26% na produção de açúcar na França em 2020.
A medida, no entanto, não passou despercebida pela comunidade ambientalista. Organizações como o Greenpeace têm se oposto veementemente ao aumento do uso de pesticidas, destacando preocupações sobre os potenciais impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente. O debate em torno da utilização de pesticidas tem sido uma questão polarizadora, com defensores argumentando pela necessidade de proteger as plantações e garantir a segurança alimentar, enquanto críticos levantam preocupações sobre os efeitos adversos na biodiversidade e na saúde pública.
Além do Spirotetramat, os produtores de beterraba têm usado o pesticida Teppeki à base de flonicamida da ISK Bioscience por anos. No entanto, a disponibilidade limitada de alternativas eficazes tem deixado agricultores e cientistas em uma encruzilhada. Embora o governo tenha anteriormente permitido o uso de neonicotinoides para combater o amarelo da beterraba, essa exceção foi revogada após uma decisão judicial da União Europeia, deixando os produtores em busca de soluções viáveis.