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Furlan afirma que oferta do Mercosul para Alca também será limitada


O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem (12-02) que a primeira proposta dos Estados Unidos para a Alca foi limitada e afirmou que a oferta que será feita pelo Mercosul nesta semana também não será agressiva. "A proposta do Mercosul será adequada para o início das negociações", disse o ministro antes de embarcar para Tóquio para participar da reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Segundo Furlan, a proposta do Mercosul já está fechada e foi negociada na semana passada durante encontro do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com autoridades argentinas. Furlan disse que não havia expectativa do governo brasileiro de que a oferta norte-americana apresentada ontem pelo representante Comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, "seria uma proposta substantiva". "Todos os países vão atuar de forma conservadora na proposta inicial. Afinal, este é o primeiro passo para as negociações da Alca."

O ministro disse também que a proposta dos EUA - limitada às tarifas e não contemplando pontos cruciais para o Mercosul, como barreira não tarifária, subsídios, antidumping, cotas - não surpreende. Segundo ele, em uma análise inicial a oferta norte-americana é mais favorável aos países do Caribe do que aos países do Mercosul. "Contempla melhor os interesses dos países caribenhos. Mas precisamos ainda decodificar melhor a proposta norte-americana, porque ela tem muitos aspectos importantes para o Brasil."

Como aspecto positivo, Furlan citou a antecipação do anúncio da oferta dos EUA em alguns dias, cuja data limite seria dia 15 de fevereiro, uma vez que havia muita especulação de que, com a iminência da guerra com o Iraque e a turbulência geopolítica mundial, os Estados Unidos deixassem a Alca para segundo plano. "A proposta norte-americana pelo menos coloca relevância para a Alca", afirmou Furlan.

O ministro disse que a proposta do Mercosul irá se concentrar também em tarifas, principalmente na área de bens e serviços. "Os EUA apresentaram uma proposta muito restritiva na área de compras governamentais, limitando-se apenas a compras do governo federal e não contemplando Estados e municípios", criticou. Segundo Furlan, o Mercosul não irá oferecer nada à área de compras governamentais agora. "Pelo menos neste momento não iremos incluir propostas na área de compras governamentais, um ponto importante para as companhias norte-americanas que têm muito interesse nesse sentido em relação aos países do Mercosul", disse o ministro.

Junto com Furlan, viajam para Tóquio o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Furlan disse que o objetivo da viagem dos ministros é fazer uma apresentação da nova equipe de governo para as negociações com a OMC.

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