Grupo Eike Batista acelera projeto de reflorestamento
A empresa planeja plantar até o final do ano 2.750 hectares de eucaliptos para consumo da siderúrgica em fase de construção no distrito de Maria Coelho (MS)
A MMX (Mineração e Metálicos S.A.), do grupo Eike Batista, planta até o final do ano 2.750 hectares de eucaliptos para consumo da siderúrgica de ferro-gusa em fase de construção no distrito de Maria Coelho, distante 43 km de Corumbá (MS). A área corresponde a 50% da demanda para produção de 400 mil toneladas de gusa em um ano.
Por acordo com o Estado e o Ministério Público Estadual, a empresa terá que se tornar auto-suficiente na produção de carvão vegetal em dez anos. Para atingir esta meta, a MMX vai gastar U$ 150 milhões em reflorestamento, de um total de U$ 544 milhões de investimentos da empresa em Corumbá, incluindo a usina, a aciaria e a extração de minério.
A empresa adquiriu uma floresta de 1.250 hectares da Companhia Vale do Rio Doce, em Dois Irmãos do Buriti, e está assinando contrato com 117 fornecedores credenciados em 66 municípios que hoje produzem 67,5 mil toneladas/mês de carvão.
O engenheiro agrônomo Antônio José de Souza, responsável pela parte de reflorestamento do empreendimento, informou que está sendo empregada tecnologia de ponta, para garantir alta produtividade e controle ambiental, com consultoria de empresas com reconhecido know how, como a Plantar S.A. (que atende à Aracruz, à Gerdal, à Suzano, à Cargill, à W. Martins e à Sadia), e às universidades de Viçosa, Lavras e Piracicaba.
"Estamos empregando a melhor tecnologia que se aplica hoje no País para garantir maior segurança e sustentabilidade", garantiu o engenheiro.
Neste ano, a empresa inicia o projeto de plantio de 500 hectares irrigados (por gotejamento), que conclui em 2008, usando tecnologia israelense que garante o dobro de produtividade por hectare (70 metros cúbicos/ano ou 500 metros cúbicos/sete anos).
Produção garantida
Para chegar à auto-suficiência, a MMX necessita de 38 mil hectares de florestas, em uma área de 58 mil hectares (incluindo 17 mil hectares de reserva legal e 3 mil hectares de infra-estrutura). Com base em diagnóstico do Estado, a empresa concentra suas reservas em Anastácio, Nioaque, Terenos, Dois Irmãos do Buriti, Jardim e Guia Lopes da Laguna.
Até 2013, a empresa terá produção própria de 6% do carvão para suprir suas necessidades, saltando para 24% no ano seguinte. Nos três primeiros anos de operação da siderúrgica, ela vai depender 100% da matéria-prima de mercado.
O plano de formação de florestas prevê a aquisição de 50% do consumo em parcerias, com arrendamento das terras ou aquisição direta do produtor com licença ambiental. O Estado hoje produz 400 mil toneladas/mês do insumo.
"A MMX hoje é a única empresa que garante a compra do carvão por meio de contrato com o produtor florestal. E toda compra é relatada aos órgãos ambientais e ao MPE", explica Antônio José.
Até agora já foram adquiridos 16.500 metros cúbicos de carvão (4,5 mil toneladas), colocados em baias ao lado do canteiro de obras da usina, que opera o primeiro alto-forno em julho. O embargo da obra por decisão judicial, por duas semanas, atrasará a obra em dois meses.
Transporte
Um dos problemas enfrentados para que o carvão chegue até a unidade é o transporte, que está sendo feito por rodovia. A MMX encontra dificuldades de negociação do preço do frete com a concessionária da Novoeste, adiantou o diretor de metálicos Dalton Nosé.
O escoamento do ferro-fusa está definido: será por barcaças pela Hidrovia do Paraguai, por onde hoje a empresa exporta 90% da sua produção de minério de ferro in natura, até o porto de San Nicolas, na Argentina.