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Halal já é 40% das exportações brasileiras de carne de frango

Arábia Saudita e Emirados Árabes são os principais mercados e expectativa é novo recorde


Foto: Marcel Oliveira

A produção de carne de frango no Brasil em 2021 deverá alcançar 14,5 milhões de toneladas, das quais 4,35 milhões serão exportadas, aponta a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Os números, se confirmados, representam recordes históricos e, em boa medida, podem ser atribuídos ao crescimento da demanda por carne halal, que já responde por 40% da carne embarcada.

Halal, que em árabe significa aquilo que é lícito, permitido, autorizado, é um conjunto de normas religiosas que orientam muçulmanos sobre como se comportar, o que falar ou vestir. No caso da alimentação e, mais especificamente, da carne de frango, estabelece que ela apenas pode ser consumida caso o animal seja abatido de determinada forma, minimizando seu sofrimento. Só assim o alimento recebe a certificação devida e pode ser exportado a países como Arábia Saudita ou Emirados Árabes.

Uma das empresas que trabalha como facilitadora nas duas pontas do negócio, para compradores (distribuidores e processadores de alimentos) e fornecedores, observa que, em 2010, 57% das exportações que ela intermediava no Brasil tinha o Oriente Médio como destino. Hoje esse índice está em 65%.

"Esse mercado halal vem crescendo ano após ano não só pela demanda dos países árabes, mas também por conta das comunidades muçulmanas espalhadas por todo o mundo", ressalta Matias Hees, CCO da Garra Internacional. "O Oriente Médio é muito relevante, claro, bem como o norte da África, mas China e União Europeia também têm aumentado sua participação no segmento".

De janeiro a maio deste ano foi a Arábia Saudita que mais importou frango halal brasileiro (26%), seguida pelos Emirados Árabes. No entanto, outros países, muitos dos quais não têm maioria muçulmana, receberam 27%, conforme dados da ABTA. Na liderança geral, ou seja, considerando não só o produto halal - e como já tem ocorrido nos últimos anos - está a China.

Segundo Hees, mesmo o aumento de custos de produção, provocados pela alta nos valores de insumos e transporte marítimo, não provocou queda nas exportações. "Essa inflação, até agora, tem sido repassada ao preço final do produto. No caso do halal, em função de suas particularidades, que impactam na velocidade de produção, há ainda um acréscimo", diz.


 

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