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Hortaliças estão com preços altos em Cuiabá

Produtos mais procurados como alface, cheiro verde e rúcula, vendidos a R$ 1,00, hoje não são encontrados por menos de R$ 1,50


O período de chuvas é o principal motivo para o aumento no preços das hortaliças em feiras e supermercados da grande Cuiabá. Em algumas bancas da Feira do Porto, por exemplo, o valor chegou a dobrar. Produtos mais procurados como a alface, cheiro verde e rúcula, que eram vendidos a R$ 1,00, hoje não são encontrados por menos de R$ 1,50. Já hortaliças consideradas mais frágeis como o agrião são vendidas a R$ 2,00 o maço. "Estamos tendo pouca hortaliça para vender por conta da chuva, então o preço está mais alto. Os clientes têm reclamado bastante desse aumento e por isso, muitas vezes, eu tenho que cobrar o preço antigo para não perder a clientela", observou Vilson Ribeiro, proprietário de uma banca na Feira do Porto em Cuiabá.

As hortaliças são compradas de produtores da Serra de São Vicente e de Chapada dos Guimarães e, segundo o feirante, a margem de lucro não ultrapassa os 30%. "Muitas vezes vem hortaliça estragada ou muito pequena que acaba não sendo vendida. Aí o cliente opta por comprar em outro lugar".

A mesma dificuldade em encontrar bons produtos e em grande quantidade está sendo enfrentada inclusive pelos grandes supermercados. De acordo com Marcelo da Silva Dias, comprador de hortifrutigranjeiros da rede de supermercados Modelo, este é um período complicado que começa em outubro e costuma perdurar até fevereiro, meados de março, quando acabam as chuvas. "Ainda não repassamos ao consumidor esta alta nos preços porque senão não conseguiremos vender ou o fluxo de clientes nas lojas diminuirá. Mas é certo que não estamos conseguindo manter o mesmo volume de produtos nas lojas. Às vezes ficamos sem hortaliças para vender antes mesmo de o expediente terminar".

Por conta destes fatores externos (chuva e falta de sol) os preços estão oscilando bastante. O pé de alface, por exemplo, pode ser encontrado a R$ 1,29 ou a R$ 1,69. "Depende da loja e da quantia que o fornecedor tem para oferecer. Em algumas ocasiões dá para fazer uma oferta localizada e preferimos direciona-la para as lojas localizadas em bairros onde os consumidores têm menor poder aquisitivo", salientou Marcelo Dias. "Alface é o item que mais vendemos na seção de hortifruti e hoje está na faixa de R$ 1,79". Segundo ele a margem de lucro da empresa é de 20%.

Substituição é a alternativa para quem não quer aumentar os gastos com hortaliças neste período chuvoso. Esta é a dica do economista Aurelino Levy Dias de Campos. "Um produto que está mais caro e que ficou difícil de ser encontrado pode ser substituído por outro que está em melhor qualidade, mais abundante e, consequentemente, mais barato nos supermercados e feiras. Daqui a uns meses essa temporada chuvosa passa e as hortaliças hoje escassas e com pouca qualidade voltam a aparecer na mesa do consumidor".

De acordo com o economista este é um movimento normal em estados que, como Mato Grosso, têm estações bastante definidas. "A questão do calor e da chuva em temporadas diferentes são próprios daqui. No primeiro caso temos a irrigação, mas no segundo não há como proteger as culturas, o que é um procedimento bastante caro". Para o economista o produtor já aprendeu a lidar com estes fatores externos e por isso não tem grandes prejuízos. "Por conta da experiência ele sabe que determinado produto não terá tanto consumo, então faz a substituição de culturas plantando algo mais resistente às chuvas".

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