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Identificado caruru resistente ao dicamba

A equipe já havia identificado resistência do Amaranthus tuberculatus ao herbicida 2,4-D


Foto: Universidade de Illinois

Pesquisadores de plantas daninhas da Universidade de Illinois em Chicago, nos Estados Unidos, confirmaram terem encontrado espécies de um tipo de caruru (Amaranthus tuberculatus) resistente ao herbicida dicamba. O estudo apontou que o dicamba controlou apenas 65% do caruru no campo, enquanto na estufa as plantas mostraram uma redução de 5 a 10 vezes na eficácia do herbicida em comparação com plantas suscetíveis.

De acordo com a Universidade de Illinois, não se trata de um “grande nível de resistência”, mas a descoberta acendeu um sinal de alerta. “Quando usamos herbicidas, selecionamos plantas que podem sobreviver a esses herbicidas por meio de uma variedade de mecanismos”, diz Pat Tranel, professor do Departamento de Ciências de Culturas em Illinois e coautor do estudo. 

“Historicamente, essa era uma mutação no local-alvo, mas agora, cada vez mais, estamos vendo resistência metabólica, onde as ervas daninhas estão ativando genes de desintoxicação antes que os produtos químicos possam causar danos. E assim essas populações de ervas daninhas estão acumulando genes que são ativos contra vários herbicidas, e há reatividade cruzada”, completa Tranel. 

A equipe já havia identificado resistência do Amaranthus tuberculatus ao herbicida 2,4-D, do grupo das auxinas sintéticas. Sendo o dicamba também desse mesmo grupo, o mecanismo de resistência via desintoxicação pode ser a mesma. Esse caruru resiste a herbicidas de cinco outros grupos de locais de ação, então a reatividade cruzada pode ter vindo de qualquer lugar.

“À medida que obtemos essas populações mais complexas que passaram pela seleção de vários produtos químicos, elas estão se tornando resistentes a conjuntos cada vez mais amplos de herbicidas, independentemente de terem visto esses herbicidas no passado ou não. É um pensamento assustador”, conclui Tranel. Isso pode significar que novos produtos químicos podem se tornar ineficazes antes mesmo de chegarem às prateleiras.

Os pesquisadores descobriram que a resistência ao dicamba era moderadamente hereditária, e que esses genes são incompletamente dominantes. “É seguro dizer que dicamba não se tornará mais eficaz. E uma vez que encontramos uma população resistente, isso não significa que não haja outras. Isso significa que encontramos um. Não temos ideia de como isso é comum”, diz o coautor Aaron Hager, professor-associado e especialista em extensão em ciências agrícolas.

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