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Imcopa já produz etanol com resíduos de soja

Por enquanto, são 10 mil litros por dia, consumidos pela própria frota da paranaense Imcopa


Em Araucária, município de colonização polonesa que se transformou no segundo maior pólo industrial paranaense depois que a Petrobras construiu uma grande refinaria na região, está em funcionamento, desde 2005, a única planta de que se tem notícia no mundo que produz etanol a partir de resíduos da soja. Por enquanto, são 10 mil litros por dia, consumidos pela própria frota da paranaense Imcopa. A partir de maio, a emagadora de soja, a maior de capital nacional, iniciará a construção de uma segunda planta com capacidade para 70 mil litros diários, para que seu álcool ganhe escala comercial.

"O produto principal é o farelo de soja concentrado (60% de proteína), de onde são extraídos carboidratos (açúcares). Desse processo produtivo, sobra um melaço que é aproveitado para a produção de álcool", explicou o diretor de operações da Imcopa, Enrique Traver. "Em maio vamos inaugurar a segunda fábrica de proteína concentrada, quando vamos acrescentar mais 240 mil toneladas à produção atual de 120 mil toneladas. Com isso, haverá sobra ainda maior de melaço no processo industrial", acrescentou.

O etanol produzido pela Imcopa é um produto nobre. Pode ser usado na indústria alimentícia, cosmética, farmacêutica ou como combustível, informa Traver. "Por enquanto é só um projeto, mas estamos pensando numa terceira planta de farelo concentrado porque é um produto cujo consumo vem crescendo no mercado mundial. É utilizado para ração de peixe". Para instalação da planta de farelo de soja, a empresa investiu US$ 32 milhões e na de etanol serão necessários outros US$ 5 milhões.

Controle familiar

A Imcopa é uma empresa de capital nacional e controle familiar paranaense. É a maior do país no processamento de soja com essa característica e, quando se listam as multinacionais neste ranking, fica na quinta posição entre as maiores esmagadoras de soja do país, processando anualmente 2,3 milhões de toneladas de soja. Em 2006 faturou US$ 750 milhões, contra U$ 650 milhões em 2005 e, "se o atual patamar de preços da soja se mantiver por mais algum tempo poderemos alcançar a US$ 1 bilhão em 2007", diz Enrique Traver.

Segundo afirmou, com a segunda planta para etanol, a empresa vai estudar qual o mercado que será mais atraente para o seu produto porque também está nos planos da empresa a produção de biodiesel de soja, numa planta que será erguida também em Araucária com investimentos de US 10 milhões.

Como no biodiesel, há um percentual de 15% de etanol, há a possibilidade de se utilizar o álcool da soja neste produto. Tanto a tecnologia para o etanol de soja como a produção de soja com um concentrado de 60% de proteína são da própria Imcopa. Traver explica, porém, que produzir álcool de soja só vale a pena para empresas com essas características, onde sobra o melaço como resíduo. Nesse caso agrega valor a um produto que não valia nada e era descartado, diz.

A Imcopa é uma empresa voltada para o mercado externo: "Perto de 95% da nossa produção é exportada, 75% para a União Européia", diz. No total, são 1 milhão e 600 mil toneladas de farelos com concentração de proteína na faixa dos 44%, 46% e 48%.

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