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Importação de soja não será recorde no Brasil

RS teve quebra de 45% na safra, mas tem compromissos de exportações e demanda da pecuária


Foto: Ivan Bueno/APPA

A estimativa mais corrente no mercado sobre a necessidade de importação de soja pelo Brasil nesta temporada de 2019/20 é de que o volume será de 1,0 milhão de toneladas. “De qualquer maneira, se esta previsão se cumprir, ela não seria recorde, porque, nos últimos 23 anos, houve pelo menos três vezes em que o Brasil importou mais de um milhão de toneladas de soja”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.

No ano de 1997 foram importadas 1,020 milhão de toneladas, enquanto em 2002 o Brasil comprou 1,045 milhão de toneladas no exterior e em 2003 foram trazidas 1,189 milhão de toneladas ao País. “O fato interessante é que, nestes três anos, as importações do período de janeiro a junho tinham sido o dobro e uma até o triplo do que foi importado na atual temporada”, destacam os analistas da T&F. 

De acordo com os especialistas, a necessidade seria maior no Rio Grande do Sul, que teve quebra de mais de 45% na sua safra, mas que tinha compromissos assumidos antecipadamente de exportação e que mantém um grande parque produtor de carnes e outro de fornecimento de matéria prima para mesclar com biodiesel. Esta forte demanda seria a razão desta grande estimativa de importação por parte de alguns analistas brasileiros.

De janeiro a junho foram importadas 270 mil toneladas, segundo da dos da SECEX, como mostra a tabela ao lado. Como restam ainda de 7 a 8 meses para o ingresso da nova safra 2020/21, faltariam ainda ingressar no país, para satisfazer a estimativa acima, cerca de 100 mil toneladas/mês, na média, porque poderia ser mais concentrada no início e com menor volume no final.

Qual a probabilidade de isto de fato ocorrer? “Vai depender da demanda de óleo de soja para biodiesel e de farelo para a produção de carnes, principalmente nos três estados do Sul. Vai depender, também do comportamento do dólar, que tem uma importância especial no comportamento das commodities no Brasil, tornando-as mais ou menos competitivas no mercado internacional”, conclui a equipe da T&F.
 

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