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Inaugurada a 32ª usina sucroalcooleira de Goiás

Com novas usinas, produção de açúcar sobe 30% e de álcool, 10%


A inauguração de três usinas sucroalcooleiras este ano em Goiás, incluindo uma na sexta-feira (10), a Floresta, e a previsão de que outras quatro entrem em operação até dezembro, vão impulsionar em 30% a produção de açúcar e 10% a de álcool, posicionando o Estado como 4º maior produtor nacional de álcool e o 5º no ranking nacional de açúcar.

O Estado passa a contar agora com 32 usinas sucroalcooleiras. Na última safra agrícola, as 29 unidades que estavam em operação produziram 1,8 bilhão de litros de álcool e 1 milhão de toneladas de açúcar. O presidente do Sindicato das Indústrias de Fabricação de Açúcar e Álcool em Goiás (Sifaeg), André Rocha, afirma que ainda é cedo para prognósticos sobre os números da próxima safra, que foi iniciada há dois meses.

Novas indústrias

Mas ele observa que muitas empresas estão ignorando a crise financeira mundial e colocando novas indústrias em operação, como a de Caçu, em Vicentinópolis, Porto das Águas, em Chapadão do Céu, e Foresta, em Santo Antônio da Barra. A previsão é de que outras quatro usinas também comecem a processar cana-de-açúcar até dezembro: Cosan, em Jataí; ETH/Rio Claro, em Caçú; Brenco/Morro Vermelho, em Mineiros; e a Camen, em Morrinhos.

Nos últimos três anos, as empresas investiram em Goiás cerca de R$ 10 bilhões na produção de açúcar e álcool e na geração de energia a partir do bagaço da cana. A previsão é de que outros R$ 15 bilhões sejam aplicados nesse ramo produtivo até 2014, afirma o presidente do Sifaeg.

Ele afirma que a entrada em operação, sexta-feira (10), da 32ª usina sucroalcooleira no Estado comprova que está em execução o planejamento elaborado para o setor. Em 1999 eram 12 usinas em operação. Em 2005 o número subiu para 15. Em 2007 passou para 19 e, no ano passado, chegou a 29 e, neste ano, a 32 .

André Rocha reconhece que se não fosse a crise financeira, que afetou a economia mundial desde setembro do ano passado, o setor sucroalcooleiro estaria crescendo muito mais.

Mas ele lembra que, apesar das turbulências e da falta de apoio governamental, o setor está alavancando a geração de empregos e a produção industrial goiana, como mostrou a pesquisa da Federação da Indústria de Goiás (Fieg), divulgada quinta-feira (9).

O Brasil é hoje o maior produtor mundial de açúcar e os preços estão em alta no mercado internacional, estimulando as indústrias a incrementarem as ofertas. Em Goiás, das 32 usinas em operação, 11 vão priorizar a produção de açúcar nesta safra.

Alta

Só este ano o açúcar foi reajustado em mais de 40%, devido a escassez do produto no mercado internacional, provocado pela redução pela metade da produção indiana.

Embora o presidente do Sifaeg prefira não tocar no assunto, há informações de que 50 usinas estejam à venda ou em busca de sócios no Centro-Sul do Brasil, das quais seis em Goiás. "Têm empresas que não resistirão a uma oferta de compra", dizem os analistas do setor, que preferem não se identificar.

Por causa das grandes expectativas em relação ao etanal, cerca de 200 projetos de investimentos foram anunciados, principalmente para a região Centro-Sul, nos últimos anos, mas menos da metade saiu do papel. O grupo Equipav, de São Paulo, adiou dois projetos avaliados em R$ 1 bilhão, em Goiás e no Mato Grosso do Sul.

Entre as empresas de Goiás que enfrentam dificuldades financeiras, este ano, está a Santa Helena, do Grupo Naoun, localizada no município de Santa Helena. Desde o início do ano, a tradicional e pioneira usina de açúcar e álcool está em recuperação judicial.

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