Incêndios ameaçam agronegócio
O desafio se agrava diante da defasagem estrutural
O desafio se agrava diante da defasagem estrutural - Foto: CBMGO/Divulgação
Os incêndios rurais representam uma das maiores ameaças financeiras ao agronegócio brasileiro. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apenas em três meses do último ano as perdas chegaram a R$ 14,7 bilhões, com destaque para São Paulo, que registrou R$ 3 bilhões em danos e mais de 240 mil hectares de cana-de-açúcar destruídos. Casos como o incêndio em um silo no interior de Goiás, que consumiu mais de 10 mil toneladas de grãos, e o ocorrido em um secador de soja em Ponta Grossa (PR), ilustram a gravidade do problema.
Boa parte desses sinistros está ligada a falhas elétricas em instalações antigas, sobrecarregadas e sem monitoramento térmico adequado. "O agronegócio brasileiro, responsável por quase 25% do PIB nacional (Relatório PIB do Agronegócio, 2024), depende cada vez mais de soluções tecnológicas para garantir produtividade e segurança em ambientes de alta demanda energética. Porém, esse avanço da mecanização exige uma infraestrutura cada vez mais robusta e inteligente", diz o engenheiro eletricista Fábio Amaral, CEO da Engerey Painéis Elétricos.
"Percebemos um movimento crescente de busca e incorporação de tecnologias que priorizam, antes de tudo, a proteção e a segurança por parte de empresas e produtores rurais. Seja em ambientes novos ou em processos de reestruturação de capacidade, eles têm adotado soluções que aliam robustez, conectividade e previsibilidade", conta Fábio Amaral.
O desafio se agrava diante da defasagem estrutural: a capacidade de armazenagem nacional é de 213 milhões de toneladas, enquanto a produção projetada para 2024/25, segundo a Conab, chega a 350,2 milhões. Essa diferença pressiona silos e motores, aumentando o risco de falhas.