Indenizações por quebra desfalcam seguro agrícola
As seguradoras deverão de repassar pelo menos R$ 200 milhões aos produtores rurais do Paraná
“Vamos ficar mais ou menos no equilíbrio, devido à arrecadação de prêmios”, avalia Luís Carlos Guedes Pinto, diretor-geral de Seguro Rural do grupo Banco do Brasil Mapfre, líder em número de contratos. O setor vem se estruturando e depende do aumento nas contratações e da criação de um fundo de catástrofe para ganhar estabilidade.
As perdas registradas pelos agricultores estão bem acima do valor repassado pelas seguradoras. Tanto o Paraná quanto o Rio Grande do Sul, o setor produtivo deixa de arrecadar mais de R$ 3 bilhões, considerando o volume perdido e as cotações atuais. A questão é que boa parte das lavouras não tem seguro. Além disso, as indenizações são parciais.
O Paraná é o estado que mais deve receber das seguradoras, por ter a maior área segurada: 2,6 milhões de hectares – o equivalente a 55% da área da soja. O Rio Grande do Sul fez seguro para 1 milhão de hectares. A diferença é de 21,5 mil para 13,9 mil operações, respectivamente, conforme dados do governo federal.
Quase metade da arrecadação das seguradoras vem do governo. As subvenções – que barateiam os contratos e estimulam a adesão dos produtores – somaram R$ 253,4 milhões. Segundo o economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola, é necessário ampliar as subvenções para que a área segurada passe de 10% do total. O ideal, segundo ele, é chegar a 50%.