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Indústria do tabaco foi a que mais cresceu em 2020

Setor vem driblando o contrabando e se destaca com alta na casa dos 10%


Foto: Eliza Maliszewski

O levantamento de Produção Industrial Mensal, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o setor do tabaco foi o que mais cresceu entre as indústrias no ano passado. O avanço foi de 10%.

Grande parte deste desempenho se deve ao combate ao mercado ilegal no Brasil. Em 2019 cerca de 57% de todos os cigarros vendidos no país eram fruto de contrabando. Em outubro de 2020 o número caiu para 50%.  Os dados são da Pesquisa Kantar World Panel.

O crescimento não está relacionado ao aumento de consumo de cigarros, mas à migração do consumidor do mercado ilegal para o legal durante a pandemia. Isso foi possível devido a fatores que dificultaram a chegada e a venda do produto ilegal no Brasil, além do aumento do preço do produto contrabandeado. São eles: fechamento parcial das fronteiras com o Paraguai, redução da produção das tabacaleiras no país vizinho, o alto preço do dólar, o fechamento do canal informal no Brasil (venda de rua, camelôs etc) bem como as apreensões realizadas pelos órgãos de repressão, em especial o Programa Vigia, do Governo Federal.

Para o diretor de Relações Externas da BAT Brasil (ex-Souza Cruz), Delcio Sandi, a situação vivenciada no ano passado se deveu a fatores relacionados à pandemia, sendo, portanto, algo muito pontual e que não se sustentará quando houver retorno à normalidade:

"É louvável a ação das autoridades de repressão, as quais mesmo com recursos escassos, têm trabalhado para reduzir o problema. No entanto, a repressão somente não é suficiente. O Brasil precisa buscar, em seu próprio território, soluções estruturais para esse problema”, disse.

Apesar dessa redução observada no ano passado, o mercado ilegal de cigarros no país continua imenso e está inclusive atraindo novas marcas ilegais de países além do Paraguai. No Nordeste, por exemplo, 12% do mercado ilegal já é composto por marcas coreanas.

Segundo levantamento do Ibope Inteligência, houve aumento exponencial da presença de cigarros contrabandeados da Coreia do Sul, do Reino Unido e dos Estados Unidos especialmente no Norte e no Nordeste do país. Ao todo, 12% dos cigarros ilegais consumidos no Nordeste vêm dos EUA. No Norte, 11% vêm do Reino Unido.

"Essa inundação de produtos ilegais além de minar os cofres públicos - o Brasil perde aproximadamente R$ 12 bilhões por ano em arrecadação de impostos - o que traz prejuízos em cascata para toda a economia nacional, financia o crime organizado, trazendo violência e mais insegurança para a sociedade", alerta Sandi.

* com informações da assessoria de imprensa
 

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