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Indústria fraca derruba projeção de exportações

Soja e petróleo devem aumentar no faturamento apenas 0,4%



Associação rebaixa ainda mais expectativa de vendas do Brasil para o exterior por causa dos maus resultados do primeiro semestre

O mau desempenho da indústria contaminou as expectativas para as exportações deste ano. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) rebaixou ontem sua projeção para as vendas brasileiras ao exterior, agora estimadas em US$ 228,2 bilhões, o que representa uma queda de 5,8% em relação ao valor exportado em 2013.

“Os responsáveis pela redução das exportações são os produtos manufaturados, com destaque negativo para plataformas de petróleo [que, mesmo sendo usadas no Brasil, são contabilizadas como exportações] e vendas para a Argentina, especialmente no setor automobilístico”, informou a AEB.

A entidade prevê que o faturamento com as exportações de industrializados vai cair 11,5% neste ano, enquanto a receita dos produtos básicos – minério de ferro, soja, petróleo e outros – deve aumentar apenas 0,4%.

A lentidão da atividade econômica levou a associação a reduzir também a previsão para as importações. A nova expectativa é de que o país importe US$ 227,6 bilhões neste ano, 5% menos que no ano passado. Como resultado, a balança comercial deve terminar o ano com um saldo positivo de cerca de US$ 600 milhões.

Segundo a AEB, a queda nas compras de importados abrange todas as categorias de produtos e reflete a redução do consumo e dos investimentos no Brasil, “mesmo com a atual taxa de câmbio representando fator de estímulo à importação”.

Nos últimos meses, o dólar tem se mantido na casa dos R$ 2,20, o que, para muitos economistas, é resultado das intervenções diárias do Banco Central no mercado de câmbio, que teriam o pretexto – não assumido pela instituição – de deixar a taxa em um nível que não provoque mais inflação.

A estimativa de bancos e consultorias é de que o dólar avance para R$ 2,39 até o fim do ano, segundo as expectativas compiladas pelo boletim Focus, do BC. Mas, segundo a AEB, “qualquer que seja a taxa cambial vigente no segundo semestre, não haverá impacto sobre as exportações ou importações, que estão mais sujeitas a fatores econômicos”.

Pessimismo

As primeiras projeções da AEB para 2014, divulgadas em dezembro do ano passado, já indicavam uma retração nas operações de comércio exterior, mas os resultados do primeiro semestre aprofundaram o pessimismo. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, de janeiro a junho as exportações brasileiras caíram 3% e as importações, 4% em relação a igual período de 2013. O saldo da balança ficou negativo em US$ 2,5 bilhões.


Confira o cenário de exportações neste ano



 

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