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Inseticida botânico controla lagarta e psilídeo

O óleo natural teve 98% de eficácia contra a lagarta-do-cartucho


Foto: Marina Torres/Embrapa

Uma planta nativa da Amazônia pode oferecer um óleo que combate algumas das principais pragas da agricultura.  Entre elas o percevejo, lagarta-do-cartucho, broca dos frutos e psilídio-dos-citros, transmissor do greening.

Trata-se do óleo essencial de pimenta-de-macaco (Piper aduncumL.), planta abundante em estados amazônicos e que tem um mercado promissor não só na agricultura mas também na indústria alimentícia, cosméticos e perfumaria até a produção de medicamentos. A descoberta veio de pesquisas da Embrapa Acre.  

O óleo é que é extraído de folhas e talos secos é rico em dilapiol, A substância se degrada facilmente e não oferece riscos. O uso como inseticida botânico teve bons resultados inclusive para auxiliar os inseticidas convencionais, potencializando sua atuação no controle de pragas, reduzir a aplicação de químicos em até 25%  na produção agrícola e minimizar os impactos à saúde humana e ao meio ambiente.

Testes realizados em laboratório e casas de vegetação mostraram que o inseticida botânico teve 98% de eficácia contra a lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda). Contra o psilídio-dos-citros (Diaphorina citri), o inseto que causa o greening teve letalidade de 90 a 100% na fase ninfa e de 99% nos adultos. A pesquisa mostrou que a eficácia depende da concentração utilizada. “Verificamos que os vegetais de folhas finas apresentaram sensibilidade ao dilapiol e, em função dessas particularidades, estamos buscando parcerias do setor privado para definir formulações adequadas para cada cultura” explica o pesquisador Murilo Fazolin, responsável pelos estudos. 

Testes em campo, realizados com a cultura do abacaxi, revelaram que o óleo essencial de pimenta-de macaco controla  em 87% as larvas da broca-do-fruto-do-abacaxi (Strymon megarus - Godart)  e em 90% o percevejo-do-abacaxi (Thlastocoris laetus Mayr).

O gênero Piper possui mais de 1.400 espécies e 400 ocorrem no Brasil. O óleo age da seguinte forma: interfere no metabolismo dos insetos e inibe o funcionamento das enzimas que fazem a limpeza de elementos tóxicos do organismos desses insetos. Sem defesa o inseto morre de intoxicação. Em função do baixo impacto, o óleo essencial de pimenta-de-macaco desenvolvido pela Embrapa pode ser utilizado como inseticida natural tanto na agricultura tradicional como na produção orgânica,
 

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