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Instituições se unem no combate à ferrugem laranja da cana de açúcar

A FL é uma doença muito antiga da cana-de-açúcar, presente durante anos, apenas no sudeste da Ásia e Oceania, sem qualquer impacto econômico


Pesquisadores brasileiros reúnem esforços para combater a Ferrugem Laranja (FL) da cana-de-açúcar, praga que há dois anos se instalou nos canaviais da Flórida e poderá chegar ao Brasil. O Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior (LABEX) nos Estados Unidos coordenou a participação brasileira no Workshop “Ferrugem Laranja em cana-de-açúcar do Estado da Flórida”, transmitido via Internet, há duas semanas, pela rede social Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (http://inovadefesa.ning.com).

A FL é uma doença muito antiga da cana-de-açúcar, presente durante anos, apenas no sudeste da Ásia e Oceania, sem qualquer impacto econômico. Em 1999, chegou à Austrália, onde, entre 2000 e 2002, reduziu em 20% sua produtividade. Em julho de 2007, surgiu no continente americano, inicialmente na Flórida. Dois meses depois, apareceu na Guatemala e países vizinhos.

Produtores e pesquisadores locais assistiram à abordagem proposta pelas instituições responsáveis pelo evento - o Agriculture Research Service (ARS) e a Universidade da Flórida. O pesquisador Marcelo Camperi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), apresentou o plano de ação para prevenir perdas caso, e quando, a FL chegar ao Brasil.

Não há como precisar quando a praga chegará ao País. A FL foge ao controle, pois o esporo do fungo é transportado pelo vento. Sua entrada no Brasil, de acordo com o pesquisador Éder Giglioti, das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), pode acontecer da África para o Nordeste brasileiro ou da América Central para a Colômbia, de onde seguiria para São Paulo ou Paraná.

Esses dois pesquisadores brasileiros executam, desde janeiro de 2009, o projeto de pesquisa “Mapeamento de Riscos e Monitoramento para Ferrugem Laranja (Puccinia Kuehnii) da Cana-de-açúcar”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Antevisão
O propósito do MAPA, de acordo com seu diretor-substituto do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), André Peralta, também presente ao evento norte-americano, é traçar, junto com os pesquisadores, um plano de contingência para estabelecer a linha de ação a ser adotada quando a praga for detectada no Brasil.

Além de estimular a pesquisa de uma variedade de cana-de-açúcar resistente à FL, o MAPA precisa viabilizar o registro do agrotóxico para o controle da praga. “Precisamos antever o problema antes de sua chegada, pois a legislação depende de três órgãos: Agricultura, Meio Ambiente e Saúde”, disse Peralta.

A Embrapa Tabuleiros Costeiros esteve representada no evento pelo pesquisador Marcelo Aguiar. Sua missão foi fazer uma apresentação para buscar colaboradores, entre produtores, cooperativas, ARS e Universidade da Flórida. “Vamos verificar pontos de interesse comum e o melhor modo de implementá-los”, garantiu.

Projetos da Embrapa sobre cana-de-açúcar também foram apresentados, na Flórida, por Aguiar . Essa é, segundo ele, uma grande oportunidade para a Embrapa promover intercâmbio com outros centros de pesquisa de cana-de-açúcar. O primeiro programa da Embrapa voltado para cana-de-açúcar foi aprovado em 2006, sob responsabilidade da unidade Tabuleiros Costeiros.

O representante da Syngenta Proteção de Cultivos, Ricardo Desjardins, também integrou o grupo de brasileiros reunidos, na Flórida, pelo coordenador do Labex/EUA, Félix França. Jardim está em contato com a doença para estudá-la. Busca as bases para adiantar o preparo do fungicida que será utilizado se, e quando, a praga chegar ao Brasil.

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa.

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