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Insumos: “é tempo de oportunidade”, diz Andav

Setor entende que não deve ser afetado com logística e preços durante a pandemia de Coronavírus


Foto: Pixabay

“É tempo de oportunidade e de entender melhor nosso negócio”. Esta foi a afirmação do presidente executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) Paulo Tibúrcio. O assunto foi abordado em uma live do sistema FAEG que tratou sobre o cenário do mercado de insumos agrícolas durante a pandemia de COVID-19. “Esse é o momento de se reorganizar no digital e investimentos em novas áreas e tecnologias. Não vamos pensar em crise, haverá muito espaço para trabalhar o agro para quem se reorganizar. Queremos incentivar nossos distribuidores. O cenário é favorável, com o Brasil fechando bons acordos”, destaca.

Em 2019 os Estados Unidos tiveram consumo menor de defensivos e isso fez o Brasil avançar para o maior volume de defensivos da história, com US$ 12.4 milhões envolvidos. Segundo Tibúrcio o Brasil virou o ano com estoque alto de defensivo e isso acabou sendo positivo com a pandemia de Coronavírus. “Ainda em abril muito do estoque que está sendo escoado foi adquirido em 2019. Somente a partir de maio é que vamos sentir o peso do dólar alto porque mais de 90% dos nossos defensivos são importados, especialmente da China. Como leva 90 dias da compra até a chegada então devemos sentir algum efeito sim”, explica.

Logística não deve ser afetada

Em plena safra recorde de soja, o escoamento segue normal tanto internamente quanto na exportação. Na logística de agroquímicos e fertilizantes não há previsão de grandes impactos. As plantas fabris da China e da Índia estão operando normalmente. O maior impacto pode ser sentido nos fosfatados. O Rabobank destacou que o surto de COVID-19 vem afetando severamente a produção de fosfato na China. A publicação sugere que os preços dos fertilizantes fosfatados devem aumentar devido à escassez de produtos e a custos de produção mais altos. No entanto, a demanda é incerta e as pressões do mercado de exportação permanecem altas, o que coloca a indústria de fertilizantes fosfatados da China sob maior pressão em 2020. Os fabricantes devem procurar oportunidades para obter novo crescimento em meio às dificuldades.

 “O que pode acontecer é o transporte demorar um pouco o que requer planejamento aqui. Na importação de matéria-prima podem surgir problemas mas as empresas devem se programar para atrasos em portos e carregamentos até que chegue à indústria brasileira”, esclarece Tibúrcio. 

Também presente na transmissão o vice-presidente do Conselho da Andav, Osvaldo Recha Filho, que também é distribuidor de insumos, ressaltou a importância do papel dos distribuidores neste momento com informação, treinamento e ferramentas que facilitem o trabalho remoto dos distribuidores. “O momento é de reflexão mas entendemos que estamos em um setor que tem capacidade de resposta rápida que é o agronegócio. Temos flores e HF num momento não tão bom mas temos soja num cenário muito favorável. Mesmo com o real desvalorizado em relação ao dólar no mercado de insumos ainda a relação de troca está valendo e trazendo lucros ao produtor”, completa.
Quanto a dificuldade dos consultores acessarem as propriedades, a recomendação da Andav é que se respeite o distanciamento social para garantir as condições de saúde.

Ademir da Silva, executivo da Andav em Goiás, estado que concentra 60% dos associados da distribuição, também acredita que o momento é de reorganização virtual dos trabalhos. “O agendamento prévio é perfeitamente possível. Não tem nos afetado. O distribuidor tem papel essencial no sucesso da safra porque assegura que o insumo vai chegar na hora certa para uso do produtor. Acreditamos que, no momento oportuno, o produtor vai poder receber os consultores e isso não vai demorar” finaliza. 
 

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